Olá. Tiveram saudades minhas? Digam lá que sim para eu ficar feliz. Não tenho escrito com muita frequência, mas também não tenho novidades que mereçam fogos de artíficio. Já adivinharam? Continuo solteira. Sabem que mais? Está tudo bem. Acho que ainda não o tinha percebido, mas se calhar estou bem assim. Antes, há uns meses atrás, eu via-me solteira e achava que alguma coisa estava errada. Era como se me faltasse uma parte. Como se ser solteira invalidasse o sucesso que tenho noutras áreas. Hoje acho que não me falta absolutamente nada. Estou inteira. E estou sem vontade nenhuma de entrar numa relação. Por outro lado, estou com muita vontade de ter sexo. A dois. Se calhar o tipo que escreve o guião já tinha percebido isso melhor do que eu. Levei tanto tempo a chegar aqui, a este sítio confortável, que não o quero perder por nada deste mundo. Sinto-me inteira. Sinto-me completa e sinto-me feliz. Pela primeira vez em muito tempo, gosto da minha vida tal e qual como ela está. O resto será muito bem-vindo, sempre que vier por bem. O foco é esse.
Estou a trabalhar no meu negócio, na minha casa, na minha mente e no meu corpo. Que belo projecto este! O melhor que eu podia ter. Faz-me falta alguém? De todo. Tive de férias, parei, pus a cabeça no lugar, respirei fundo e foquei. Soube-me pela vida. Estava a precisar de sair da rotina, de olhar para uma coisa diferente e deixar-me sentir. Apenas isso. Foi muito terapêutico. Vi-me com outros olhos. Uma pessoa mais leve, mais divertida, mais interessante. Nem dei por isso que tinha levado a bagagem comigo. Reencontrei-me. Um upgrade da versão original. Tenho descoberto coisas maravilhosas sobre mim nesta caminhada. Tenho trabalhado imenso internamente. Tenho a noção de que ainda há muito por fazer, mas estou muito orgulhosa neste exacto momento.
As minhas duas companheiras de férias também estão solteiras, embora eu seja a que está há mais tempo. Fizemos uma aposta. Quem das três pica o ponto primeiro no que resta do fim do ano. Não valem batotas. Não podem ser coisas fáceis, tem de ser algo que valide acabar com o celibato forçado. Temo-nos rido muito. Estamos as três em localizações diferentes, mas conversamos muito pelo whatsapp. Estou preparadissima para perder, no entanto, who knows? A verdade é que de há uns meses para cá estou diferente. Sinto-me diferente. E não querendo voltar a falar no nome de quem não merece, em parte isso deve-se "à pessoa" que conheci. Acho que ele desbloqueou-me alguns chacras, confesso. Aquela coisa de que as pessoas saem da nossa vida quando a missão delas está cumprida é capaz de ser verdade. Não fomos um par romântico, mas ele deu-me muito mais do aquilo que estava à espera. Mesmo sem saber. Eu estava meio que adormecida e ele trouxe-me de novo à vida. Os meus amigos mais próximos já me perguntaram o que é que se passa comigo porque há nitidamente um Antes e Depois e ainda bem. Estava a precisar que alguém me acordasse. Foi, obviamente, de uma forma estranha. Depois de me ter apercebido que estou outra vez no mercado, que há homens a desejar-me fisicamente, o meu pensamento mudou para "deixem-me curtir um bocadinho a onda porque eu suei com'ó catano para chegar até aqui". Vou mas é divertir-me e aproveitar para brincar como eles brincam. Também temos esse direito, certo?
Tenho saído mais, tenho dançado mais, tenho me divirtido mais, tenho aceite mais pedidos de amizade nas redes sociais, tenho feito olhinhos a quem me faz (quando me interessam é claro). Não importa se acabo ou não a dormir sozinha. Nós não podemos esperar uma relação amorosa de todas as pessoas que conhecemos. As pessoas dão o que podem. Outras o que querem. E acabam sempre, sempre, por revelar verdadeiramente as suas intenções. É deixar rolar e ver até onde vão. Se é que chegam a ir a algum lado. Os homens só são interessantes enquanto não sabemos o que é que eles querem de nós. Quando sabemos, o jogo perde interesse. Bom, não perde de todo, mas em alguns casos arrefece bastante. De todas as formas, eu estava a precisar que alguém me desejasse fisicamente. Não há nada de errado em sentirmo-nos bem com isso. Com o olhar de desejo dos outros. É biológico. É divertido. Faz parte da vida e faz-nos sentir vivos. E vida é tudo o que eu quero muito agora. Para me sentir como se tivesse na menopausa basta o deserto que atravessei até aqui.
Quando tiver que acontecer, acontecerá. Não ando em apps porque não gosto. Não são a minha cena. E não me apetece conversar. Sei que estou mais perto do que o que já estive e se ainda não aconteceu é porque o tipo do guião tem alguma na manga. Acredito no timing das coisas. Se bem que meus amigos, aqui entre nós, ando a subir paredes. As mulheres são mesmo complicadas né? Querem sexo, aparece alguém que também quer sexo, elas já não querem sexo. Óh c'um catano. Continuo fiel a mim mesma. Não faço batotas. A relação que importa é a que temos connosco. As outras só são boas se nos divertirem. O resto, bullshit.