"Acho que há falta comunicação entre nós". Oi?! Comunicação?! Até pode ser... Sabem, eu costumo falar muito sozinha, mas pouco com quem não fala comigo. E esta hein?! Não consigo entender. Faltam-me estudos. Quem são estas pessoas que avançam com convicção, recuam no segundo seguinte sem deixar dúvidas, desaparecem sem dar razão, reaparecem sem ter noção e confrontadas com a situação, justificam-se dizendo que é tudo um problema de comunicação? Não é obviamente (só) um problema de comunicação. Nós não falamos porque não há interacção e quando há, não segue o protocolo mais lógico. E pior, há um problema de comunicação, "mas o interesse continua". Quem é esta criatura? De onde é que ela saiu? Então não havia de continuar? A coisa demora, mas pode sempre calhar. Oh minha nossa.
Não é um problema de comunicação, é mais um problema de gestão... Quando os outros contactos falham ou quando está entediado, "a pessoa" lembra-se de mim. É o que parece. Obrigada pela honra, mas eu não me sinto nem um pouco lisonjeada com o gesto. Claro, clarooo que nos dias do TPM, quando as hormonas embatem umas nas outras que nem umas loucas, eu gosto de me iludir e criar pequenos filmes na minha cabeça... Quem nunca? Mas isto não tem pernas para andar, eu sei. É preciso ter muita cara de pau. E convicção. A sério. Chego a admirar, mas só um pouco, estas pessoas que não deixam de tentar a sua sorte... mesmo quando o caminho começa a ficar meio apertado. Não se esforçam um dedo mindinho e ainda abrem a boca para dizer: "mas o interesse continua". Qual interesse? Eu acho que o problema é mais ao nível do português. Interesse para a criatura é sinónimo de saltar para cima porque obviamente ele não tem feito NADA para me conhecer... E portanto, no fundo, isto até é capaz de ser um grande problema de comunicação. Não falamos a mesma língua. Está claro.
Uma amiga minha, muito conservadora, de quem eu não esperava nada este conselho, disse-me "dorme com ele e acaba lá com isso de uma vez". Fiquei perplexa. Nunca pensei que ela - ELA - me fosse dizer uma coisa dessas. Ela acha que dormindo com ele, a coisa se desvanece mais rápido. De facto, não deixa de ser uma medida prática, mas a que custo? Comecei a pensar nisso... Porque (raio) é que não durmo com ele? Encontrei várias hipóteses: 1º) ele não se esforçou - nem sequer foi o suficiente, neste caso foi mesmo o mínimo - até estava disposta a baixar um pouco o nível dos pré-requisitos, mas nem isso lhe valeu; 2º) ele não me atrai q.b... não é feio, mas eu não sinto fogos de artíficio, penso que para me sentir atraída por ele fisica e psicologicamente era preciso que ele fizesse o que ele não faz; 3º) ainda não me sinto totalmente confortável e à vontade com o meu corpo depois de todas as mudanças pelas quais ele passou nos últimos anos, esta efectivamente é a que me dói um pouco mais. Segundo a minha amiga, eu devia fazê-lo para ultrapassar os meus problemas de confiança. I'm not quite sure se seria uma boa ideia. Acho que foram estas circunstâncias todas que fizeram com que a coisa não se desse quando se podia ter dado.
Quando não nos sentimos muito seguros de uma coisa, o melhor é não fazê-la e de facto, eu não me senti muito confortável com os avanços da pessoa... Sinto que não houve preliminares suficientes que me deixassem no ponto, ou seja, a ponto de querer ir para a cama com ele. E por preliminares entendam tudo o que precede uma pessoa querer ir para a cama com a outra. A parte que me faz ter algum carinho pela criatura é que eu acho que ele é muito malandro e muito safado, mas não tem a experiência necessária para levar as coisas aonde ele quer, no entanto, não ponho as mãos no fogo porque não me quero queimar. O que é que é importante para mim neste momento? Alguém que não se fique pela boca do poço, pelas coisas superficiais e sem alma. Acho que estou à procura de alguém com quem consiga estabelecer uma conexão mais profunda, alguém que respeite efectivamente os meus timings, alguém que não salte para cima de mim, mesmo quando vê que eu não tenho a mesma vontade. Meninos sem experiência... se ele fosse efectivamente alguém mais inteligente, já o teria entendido. Acho que é isso que me irrita, a insistência pobre, desnutrida e sazonal que a criatura pratica.
Se há coisas nele que mexem comigo? Que as há, há, não posso negar. Agora não sei bem o que é. Já vos tinha dito, as pessoas mais jovens cronologica e emocionalmente têm qualquer coisa de naíve que é muito rejuvenescedor, não vou mentir. Querem saber qual foi a minha intuição quando o conheci? "Impossível estarmos juntos, agora, mas com algum trabalho, este diamante polido até era capaz de dar uma bela jóia" a par do "ele não tem pés para a minha bicicleta". E portanto uma pessoa nem sequer se pode irritar muito com a criatura porque há ali muita falta de formação e experiência de vida embore ele fale como se fosse doutorado em estudos do meio. Há obviamente a possibilidade da minha intuição me está a trair. A vida já me ensinou algumas vezes que nem sempre ela está certa... Ultimamente eu acho que nem com duas camadas de brilho aquilo algum dia dava uma pechisbeque... Há qualquer coisa, mas o que há é pouco para agora. E para o resto. O resto que ele quer. Então tem sido complicado gerir esta situationship porque uma pessoa não é de ferro e quando ele reaparece e faz uma nova investida, as pernas tremem um pouco. É isso que é o mais complicado nas coisas indifenidas, geri-las. Tenho as minhas carências como qualquer outra pessoa tem, mas sei que também sou muito honesta comigo mesma, aliás sou muito, mas mesmo muito intransigente neste aspecto. Que os outros sejam poucos honestos comigo preocupa-me bem menos do que eu sê-lo comigo. E pronto, às vezes mais vale perder apostas do que ganhar dores de cabeça.
Então quando ele manda mensagens há uma parte de mim que diz não respondas... Normalmente só respondo dali a umas horas ou no dia seguinte... Não devo ser dos contactos preferidos justamente por causa disso.... Mas há também outra parte que acha que não devo deixar de responder e que isso é um sinal de boa educação. Ahan. Quem é que eu quero enganar? Continuo a acreditar que lhe dou alguma dimensão porque não há mais ninguém em jogo... Se houvesse, talvez fosse diferente. Há, há uns piropos e umas conversas sugestivas por parte de alguns homens com quem mantenho proximidade, mas nenhum que me sei lá, faça a caixa de pandora abrir-se. Estarei a ser demasiado exigente? Estarei de facto a impedir que se criem oportunidades, como as minhas amigas dizem que faço? Solteiros e solteiras no mesmo barco, já passaram por um deserto destes? Há salvação? Há esperança?