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O Sexo e a Periferia

Entre a Carrie Bradshaw e a Bridget Jones. Com muito menos glamour, é claro.

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2190 dias depois, mais coisa, menos coisa, que eu de contas nunca fui boa, aconteceu e foi muito mais do que sexo.

Quando me restabelecer escrevo mais. Se conseguir. Acho que não consigo. Acho que não quero. 

Acho que não quero partilhar isto com ninguém. Desculpem.

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Então, depois do convite anterior que recebi, fiz o quê? Cheguei-me à frente (quer-me parecer que os homens gostam de mulheres que tomam a iniciativa e dado que não sou propriamente uma "jóve", uma pessoa tem de acelerar - dentro dos limites possíveis - a cena) e sugeri que voltássemos a fazer qualquer coisa juntos (até porque era interessante confirmar ou não as primeiras impressões que tive). A verdade, aqui entre nós, é que apesar de todas as coisas boas que o rapaz mostrou, eu acho-o um bocadinho sorumbático, tem assim uma aura meia escura à volta dele. Ele não me dá pica (já tinham percebido, não já?), até podíamos subir o Kilimanjaro juntos que a minha opinião provavelmente mudaria pouco, no entanto, uma pessoa - escaldazinha da vida - não quer voltar a cometer erros porque o deadline está assim pr'ó apertado: "não vou desperdiçar as oportunidades que o além envia, não vá ser este o homem da minha vida". Não me parece que seja. Enquanto há determinadas energias que nos puxam para determinadas pessoas também há as que se instalam entre duas criaturas. Talvez possamos ser bons amigos, mas há um abismo assim meio grande entre nós. Cenas que eu não consigo explicar.

 

Estávamos a falar por mensagem e eu escrevi "se quiseres fazer qualquer coisa mais tarde, combinamos, o que dizes?", ele respondeu "ah, tá, digo-te algo" e mais não disse. Até hoje. (já comecei a descontar metadinha dos pontos que lhe atribuí no primeiro encontro). Caramba, assim também fica dificil, né? Por mais que uma pessoa o queira tornar um bocadinho mais interessante, ele não colabora. Acho que somos muito parecidos em algumas coisas, o que segundo a lógica dos opostos, não resulta. Depois, há a idade. Um homem mais velho também é mais medroso e portanto não tem a frivolidade nem a espontâneidade que se deseja. Uma pena. É um daqueles casos para ficar na friendzone ad eternum. Eu só vos conto isto para vocês não virem dizer depois que eu não me estou a esforçar. Eu estou... se calhar até demais, mas também estou com a cabeça noutro lado. Como é que é possível que eu (ainda) pense n' a pessoa? Só me apetece cortar os pulsos. Juro. Se calhar deixava-me desta vida e hibernava, tipo os ursos, e voltava só no Verão. O que é que acham? 

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Feliz ano novo queridos e queridas. Tenho um babado novo para vos contar... Adivinhem lá como eu é que eu comecei dois-mil-e-vinte-e-dois? Vocês até se vão benzer... Tive um date!!! Nem dá para acreditar, né?! O ano promete (especialmente se der para manter o rácio de um date por mês). Querem detalhes, né? Já nos conhecíamos do ginásio, mas só começámos a falar um pouco mais nos últimos meses. Resulta que não havendo grandes planos para a passagem de ano e não se podendo fazer grande coisa por causa do covid, o fulano convidou-me para uma caminhada. A originalidade garantiu-lhe alguns pontos, confesso. Como vocês devem imaginar, estou um pouco traumatizada com os dates anteriores onde acabei num carro (da primeira vez) e na casa da criatura (na segunda oportunidade), meninos pah! Se as coisas derem para o torto durante a caminhada, uma pessoa pode sempre fugir. Tomem nota.

 

Antes de nos conhecermos eu já tinha comentado com uma amiga em comum que o achava charmoso. É mais velho, (uns 8 anos talvez), tem cabelo e barba grisalhos (o que aporta alguma gracinha); apesar de baixo e magro, o corpo está bem tratado sem exageros (é muito fã de desporto); é licenciado (o que me deixa esperançosa que saiba a diferença entre ah, e à), sabe cozinhar (o que me leva a dar-lhe mais uns pontos extras); sabe estar sozinho (o que pode ser uma desvantagem se houver evoluções) e sabe ocupar-se devidamente sem chatear ninguém. Até aqui tudo bom. Relativamente à sua prestação no date, tenho a dizer que foi um senhor (vantagens da malta ser mais velha!). Fui muito bem tratada como não era há muito tempo. Apanhou-me, conduziu-me, perguntou-me se eu tinha frio e se podia abrir os vidros, perguntou-me se estava confortável com a condução dele, ajudou-me na caminhada, nas subidas, nas descidas, deixou-me passar sempre em primeiro lugar, à frente dele, como um verdadeiro cavalheiro, trouxe-me de volta a casa sã e salva e... o melhor de tudo, não tentou saltar para cima de mim em nenhuma momento. Thank you lord!  

 

Notei-o um pouco nervoso. Uns nervos assim de quem quer disfarçar que está num date, uns nervos de quem não quer pensar muito no assunto. Eu não estava nada nervosa. Nada. E eu sou um poço de ansiedade. Estava nervosa se tivesse de fazer xixi atrás de um árvore a meio da caminhada, mas não sintomatizei, logo a bexiga portou-se bem. Fartou-se de dizer, várias vezes, que gostava muito de estar sozinho, que não queria relações, que era muito frio... Regra número 1 dos dates: acreditar sempre naquilo que as pessoas nos dizem sobre elas próprias. Até pode sê-lo, no momento vejo-o apenas muito carente. Alguém a quem as aproximações custam, daí talvez os nervos. Recordo-me que numa das primeiras conversas que tivemos lhe perguntei se não se sentia sozinho e ele respondeu "claro que sim". Fiquei surpresa com a rapidez e com a honestidade. Custa-nos a todos sermos vulneráveis, especialmente aos homens. Ele não hesitou. Acho que temos espaço suficiente entre nós para convivermos confortavelmente com as nossas fragilidades. Talvez tenha sido isso o que nos aproximou. Não sei. É bom falar com alguém de carne e osso que não se tenta fazer passar por super homem. A educação dele cativou-me. Não vou mentir. Senti-me um bocadinho princesa. Uma princesa descabelada e mal vestida, é verdade. De facto não investi muito na minha imagem. Não pretendia impressionar ninguém, queria apenas divertir-me. Não sei se se pode considerar um date uma saída onde se vai quase de pijama e sem maquilhagem, mas foi honesto. Mais vale ele ver-me logo feia para saber com o que pode contar. Quantos mais velhos ficamos, mais económicos somos. "É interessante?" perguntou-me uma amiga. "Mais do que 'A pessoa'". Sim é, não tenho dúvidas, mas... "lá vai ela começar a pôr defeitos, dizem vocês", depois do primeiro date com alguém, só consigo ver coisas más, também vos acontece? Já não o acho assim um charmeeee e não sei explicar bem porquê.

 

Talvez seja por ser magro demais. Acho que se ele fosse um bocadinho maior, mais robusto, ajudava bastante. Assim de repente acho a possibilidade muito desequilibrada, mas eu também posso estar a ver as coisas de uma perspectiva errada, ele pode não ser tão pequeno assim como eu o vejo e eu posso não ser tão grande como me faço parecer. Se me perguntassem, sentes vontade de ir para a cama com ele? Assim de repente, não. "A pessoa" também não era assim muito maior, estão muito equilibrados nesse aspecto, era um bocadinho mais lumberjack, digamos. A um falta-lhe um bocadinho de classe, ao outro um bocadinho de virilidade. Óh diabos, não vem fácil, né? Acho que o desempate pode se dar ao nível do follow-up. Sim, os follow-ups dos dates são super importantes e muita gente se perde aí. O d' A pessoa foi só péssimo, resta saber como será o deste. Acho que é por aí que se verá se há ou não interesse suficiente capaz de ultrapassar a falta de gordura do homem.

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