Encontro de Março agendado. Checked! Um pequeno insight só para vos informar que continuo a fazer por manter as estatísticas. Um encontro por mês é o mínimo. Se forem mais, melhor! Se forem daqueles que enchem o olho (e a alma), soltem os fogos! O de Fevereiro foi com um amigo que vive longe, mas decidiu vir ao interior ostracizado passar uns dias. O casamento está a desmoronar e ele não quer pensar (muito) no assunto. Somos apenas bons amigos, mas vale como encontro, certo? Dêem-me um pouco de descanso que ainda estou a recuperar do de Janeiro.... Uma pessoa não pode começar assim à bruta, né? Primeiro é preciso aquecer! No caso do de Março, o interesse é exclusivamente gastronómico porque se trata de um jantar num novo spot aqui da zona. Como recusar? O rapaz, por sinal muito mai novo do que eu, é amigo de família. Estivemos juntos num evento, há uns dias. Eu, ele e a namorada dele que vive fora, mas estava cá nessa data. Perguntei se já tinham lá ido e ele respondeu que ninguém o queria acompanhar. Eu, que estava exactamente com o mesmo problema, ofereci-me. É o chamado win-win. Disse "vamos combinar um dia". Notei-lhe um certo rubor na face, mas pensei que não tinha haver com o sugerido... Parece que tem. Então não é que a criatura esperou a pobre da rapariga ir-se embora para marcar o jantar? Onde é que se aprendem estes truques malta?! "Estamos por nossa conta" escreveu numa das mensagens que me enviou. A ousadia da experiência tem-me divertido muito, confesso. Apesar de não existirem segundas intenções - pelo menos da minha parte - tudo nesta vida é aprendizado, então bora lá aceitar o que a vida acha que (ainda) me falta aprender. Hastag #DeusNoComando
Porém, vocês devem estar a preguntar-se o que é que aconteceu ao do mês de Janeiro, o TAL. Há obviamente pormenores da história que vocês desconhecem e portanto, vou tentar resumi-los. O fulano não era destas bandas. Só podia, né?! O gajo que escreve o guião não ia facilitar porque isto tem de render mais umas 10 temporadas, tipo telenovela da TVI. Vive lá para os lados da capital, estava na aldeia em trabalho e em breve, por causa de trabalho, há-de andar dentro e fora de Portugal. Conhecemo-nos numa app. As amigas insistiram, ou melhor, UMA amiga insistiu, e eu lá me fui deixando ficar sem grandes expectativas. Apareceu ele. Enviei foto a uma delas, a que trabalha no hospital das redondezas e conhece meio mundo, não o conhecia, mas acrescentou "giro". Se passasse por ele na rua, não me chamaria a atenção confesso, mas como ela disse isso, pensei: "porque não?" e deixei-lhe um like. Deu match. Conversámos durante uns dias e voilá!, propus-lhe um encontro. Não sou muito de me chegar à frente, mas a conversa estava TÃO boa que eu comecei a sentir coisas (coisas que não sentia há muito tempo, como por exemplo uma vontade louca de estar com ele 24 horas por dia). Quando o conheci achei-o magro e pequenino. Assim tipo, "se apanhar uma constipação não se aguenta". Na realidade, depois de lhe ter tirado as medidas, não é assim tão magro e pequenino. Digamos que a forma como se veste não o favorece muito. Também o achei deprimido, derrotado, desacreditado. Tudo negro. Partilhámos imensas coisas dificeis. Falou muito do trabalho e da relação de muitos anos que tinha acabado recentemente. Estava entre mudanças e isso é sempre complicado até nos reorganizarmos novamente, no entanto não significa que não possamos disfrutar da companhia dos outros (mesmo sem saber muito bem o que fazer com eles).
Portanto, deprimido, indisponível e forasteiro, três circunstâncias pouco interessantes que eu achei as ideais. Eu a ser eu, claro. O facto de não haver qualquer possibilidade de futuro - e de nunca mais nos vermos - deixou-me muito mais relaxada (coisa que só acontece quando eu recorro ao tinto). Se calhar é para isso mesmo que as apps servem. Para tentarmos. Para explorarmos. Para testarmos. Tirou todo o peso da coisa, mas não (me) tirou os nervos! Imaginem. Fiquei sem dormir, sem comer e sem raciocinar. Esta última parte até que me fazia falta. (e a segunda talvez tenha calhado bem). Pensar demais é um fardo. O que é que, na loucura, poderia acontecer? O mesmo de sempre: nada. O problema é que eu não me consegui enganar durante muito tempo. Diria mesmo que foi uma questão de segundos. A dada altura do encontro consegui fazê-lo sorrir e de repente pensei: "aiiii, já fooooste". Naquele exacto momento percebi que me podia apaixonar fácil. Assim. Sem necessidade alguma de ter mais informações sobre a criatura. Foi muito instântaneo. Há anos que isto não me acontecia. Para vos ser totalmente honesta, acho que nem com o meu último namorado isso aconteceu. E não estou a ser exagerada. Ao constatar esse facto, entrei um bocadinho em pânico. Só um bocadinho. Era só o que me faltava. Então uma pessoa acha que a sua vida acabou, que já viveu tudo o que lhe estava reservado e de repente... um estranho sorri-lhe e a pessoa vira os pés pela cabeça! Plot twist!
Os dias seguintes foram um martírio como vocês devem imaginar. Um braço de ferro entre a vontade de me atirar de páraquedas em queda livre e o ficar sentadinha, tranquila da vida, no cimo do monte a apreciar a paisagem. Foi (bem) dificil porque eu penso 10000 vezes numa coisa antes de a fazer e para a fazer preciso de ter vários planos de backup, mas sentia-me como nunca me tinha sentido: com uma vontade louca de 'vamo lá partir isto tudo'. Houve, entretanto, uns distanciamentos e a dada altura, eu recuei. Achei que seguindo em frente me ia desgraçar... O que acabou efectivamente por acontecer, foi só uma questão de agenda. Aconteceu e eu não sei como nem porquê. Quer dizer, da minha parte sei. Da dele não, mas também não vale a pena pensar muito no assunto. O que é que me fez saltar? A consciência de que estas coisas não acontecem muitas vezes na vida e a certeza de que não me perdoaria se não o fizesse. Eu queria muito. Acho que a maturidade também é isto: assumirmos o que queremos. Convivermos bem com os nossos desejos e fazermos os possíveis para os realizar. Não pode ser muito diferente disto: tentarmos ser felizes, né? Quando a gente sente, a gente sente. Não dá muito para explicar. F#d@d% vai ser subir o monte outra vez. Como é que se vive depois disto? Depois de uma coisa com alma? Depois de uma química porreira? Ha Ha Ha Ha. O gajo que escreve o guião deve andar a divertir-se muito. Deve, deve. Espero que ele tenha preparado bem os próximos capítulos. Trocámos umas mensagens, poucas, e não mantemos contacto directo, mas... para que não restem dúvidas, eu faria tudo outra vez e sem pestanejar muito.
Foi o que foi (com uma peninha muito grande por não ter sido mais). Bateu forte cá dentro, vocês já perceberam. Continuo acreditar que a vida sabe exactamente o que põe e o que tira do nosso caminho. Não vale a pena questionarmo-nos muito sobre estas coisas. Foi bonito. Um raio de sol brilhante no meio de um Inverno exigente. Fico com isso. Para sempre.