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O Sexo e a Periferia

Entre a Carrie Bradshaw e a Bridget Jones. Com muito menos glamour, é claro.

Estou a tentar lidar com a frustração causada pelos últimos eventos. A forma como estou a lidar com isso não tem sido linear. Como nunca nada que saia do formato o é. Porque é que o universo me mandou um rapazola com tudo aquilo que pedi (do ponto de vista material / físico), mas sem o devido recheio? Chega de partidas vida! Estou farta de ensinamentos e aprendizados (por muito úteis que eles me possam vir a ser). Sei que o alvoroço interno que me está a ser dificil acalmar não é mais do que o que projectei a implodir. Não há uma forma certa de fazer isto a não ser pela tentativa-erro, mas cada vez que não resulta, pergunto-me se não estarei a fazer algo de errado? Não estou. Sei-o perfeitamente, mas continua a ser-me dificil gerir desfechos imprevisiveis. Não sou só eu que me questiono, algumas das minhas amigas também têm as mesmas dúvidas: o que é que leva um homem a ter o trabalho de se envolver com uma mulher para logo a seguir descartá-la? E porque raio é que vocês - senhores - nunca dizem as VERDADEIRAS RAZÕES que vos levam a fazer isso? 

 

Quando eu era adolescente, não me sentia confortável em expressar os meus sentimentos / pensamentos. Era super calada. Sempre fui. Mesmo nas aulas. Lembro-me do dia em que o Paulo Alexandre (nome fictício) me levou para trás da escola e disse que gostava de mim. Entrei em pânico, fiquei sem saber o que fazer porque imaginei que a seguir ele me tentava beijar e eu nunca tinha beijado ninguém. Então vai que me pareceu fantástico dizer-lhe que gostava de outra pessoa porque era a forma mais segura de acabar com o pobre do Paulo Alexandre e evitar que ele me matasse do coração. Eu não gostava do Paulo Alexandre, mas também não gostava de mais ninguém. Será que agora o universo está numa de acertar contas comigo? Claro que eu era muito jovem, muito insegura, muito infantil. Quando me senti encurralada - desconfortável com a possibilidade de fazer uma coisa que nunca tinha feito - dei um coice forte para afastá-lo de mim e zerar todas as chances de continuarmos a ser amigos. O Paulo Alexandre - que entretanto casou e teve filhos - não fala comigo hoje em dia. Já tentei dizer-lhe "Olá" e dar-lhe "Bom dia" e ele baixa a cabeça sempre que passamos lado a lado na rua. 

 

O moço das cordas trouxe-me à memória uma série de episódios da minha adolescência. Imaturo como ele aparenta ser, pergunto-me se ele não utilizará o mesmo sistema de defesa quando se sente encurralado? Perante a ameaça assustadora da vulnerabilidade, vocês desceriam ou subiriam as vossas barreiras? É óbvio que isso não justifica o desrespeito. Nunca. Se tu estás a tentar ter acesso a uma pessoa e ela dá-to porque raio é que tu não haverias de querê-lo? Nós só fugimos do que nos incomoda. (eu a tentar encontrar um sentido). Eu pelo menos actuo assim, embora tenha consciência disso e esteja a tentar não repetir o padrão. A última vez que me despi emocionalmente e deixei que me vissem vulnerável foi a primeira vez que senti que estava a fazer a coisa certa no momento certo. E como não utilizaram isso para se rirem de mim - um gesto que a minha família, em particular a minha mãe, adora praticar - eu senti que era como se todas as coisas que eu perdi tivessem voltado de novo para mim. Que sensação! Foi um dos poucos momentos da minha vida verdadeiramente consoladores. Acho que nunca me tinha referido a esse momento nesses termos, mas foi de facto um consolo no meio de tantas dores. Acho que a vida adulta é dura exactamente por causa disso. Temos consciência - e medo - de que as coisas que perdemos não voltam (mesmo) mais. 

 

É por isso que apesar de saber melhor qual é o meu valor hoje em dia, também sei o quanto sofri para ganhar essa consciência. O quanto ainda sofro. É por isso que tento não ser dura com os outros. É por isso que em vez de dizer aos Paulos Alexandres actuais que gosto de outra pessoa, tento ser corajosa e explicar como realmente me sinto: nervosa, insegura e ansiosa sempre que me colocam perante situações novas e desconhecidas. Assim como tento incentivá-los a fazerem o mesmo. Se foi a primeira vez do puto das cordas, ele devia ter dito, mas não disse. E isso f#de@ tudo. É o processo dele e o processo dele tem de ser respeitado. Temos de contar com aquilo que é dito e ele não disse nada ou não disse nada do que realmente interessava porque continua a esquivar-se à conversa que é precisa. Consegues engatar uma mulher mais velha e envolver-te com ela... Que miúdo - recém chegado a um sítio novo, sozinho - não exploraria isso?! Um miúdo que claramente nunca passou do nível 1 e não sabe - depois de deitar os trunfos básicos todos fora - como continuar a jogar. 

 

O importante é não deixar que isso contamine os meus pensamentos e continuar o meu caminho. Não é que ligue muito aos horoscopos, mas entretenho-me a ler alguns que considero mais ou menos credíveis. Ontem li um - Words you need to read this weekend - que parecia mesmo, mesmo escrito para mim:

"You don't have to explode to be noticed. You don't win that friend group over; stop trying to. People are going to talk shit; let them. You know the truth. You have sincere intentions with awkard execution (you get more skillful). I understand you, even if you feel like nobody else does. Some texts are better left unsent. You will never be "too much" for the right people. That said, you will be "too much" for others, and you need to respect that. You can laugh at yourself without making yourself the joke. Don't give up on your own art. Don't give up on yourself. Dont give away your power. Slow down. Spend as much tome with granny as possible. Forgive yourself. You're really, really, really bad at math, but you're going to need to keep showing up to class anyways. Dump him. Stay curious. Keep reading. Keep burning your friends' CDs. Keep your heart on your sleeve (but maybe cover it up every now and then). You're allowed to feel things deeply but work on how to express those emotions. You become friends with your parents, cut them more slack. You finally find your people. You're not alone. You get into college. You turn into a writer. You help others. You get your shit together. You're not so bad, be kinder to yourself. Hang on, it gets better."

 

A minha vida actual resumida de uma forma sucinta. Está aqui tudo, não está? A seguir ainda li isto - Gentle reminders to make you feel better today: "When you forget your worth, please know that you are not and afterthought. You are not an idea that needs mulling over. You are not an option. You are not second best. And anyone who makes you feel any of those ways doesn't deserve you anyway". Ainda tive direito a isto - A message from your future self: "The Universe is guiding you, and by listening to your intuition, you'll find the path to your desire is clearer and smoother." e para acabar, numa outra página em espanhol: "No tengas prisa en que sucedan las cosas." Acho que os astros nunca estiveram tão alinhados. Bom, é confiar - mesmo que eu não acredite muito que o Universo está a fazer o que é melhor. P.s - não vos disse, mas o moço tem o mesmo signo que eu, ah ah ah. Fazemos anos no espaço de 5 dias. Exactamente como o meu amigo António Maria. 

 

Então recebo um pedido de amizade de um moço que na sua bio do instagram diz que é do mesmo país do outro (o das cordas, é mais fácil assim) e tem exactamente a mesma idade. Adicionei porque queria obviamente investigar o caso e descubro - adivinhem - que também é militar. Sou só eu que estou a achar muito estranho que isto seja uma mera coincidência? 

 

Eu rezo todos os dias de manhã. Não sei se as pessoas ditas católicas rezam como eu. Eu rezo como me ensinaram e como eu acho que deve ser. Um texto que acabou por se tornar muito meu depois de o repetir tanto. Disfarcei a minha fé durante anos. Não me digas que vais à missa?  Vou. Na minha cabeça não faz muito sentido dizer que somos ou que fazemos sem praticarmos. Eu não anuncio o que faço ou sou capaz de fazer. Eu faço. Não me envergonha mais. Vou quando posso, quando sinto que preciso, quando encaixa no dia. A fé comove-me. A fé mais básica, mais pobre, mais deseducada. A fé despida de qualquer extremismo e de qualquer ostentação. O que é que eu peço quando rezo? O normal creio. Que não me aconteça nada de mal - nem a mim, nem aos meus - que eu saiba perdoar os erros dos outros e reconhecer os meus erros, que eu possa continuar a desenhar a vida com que sonhei, que eu continue a persistir nos dias de fraqueza e que só fiquem as coisas que são para ficar. Esta última parte tem sido a mais dificil de gerir. Eu quero muito que alguma coisa fique. Estou numa fase interessante da minha história, mas existem dias em que não deixo de pensar que o aeroporto da minha vida é um lugar duro onde se somam mais partidas do que chegadas. Está tudo bem. Menos nos dias em que é inevitável pensar nisso. Sinto que a dada altura do caminho me pregaram uma partida e me tiraram as rodinhas de trás. Roubaram-me coisas às quais tem sido dificil voltar, embora comece a achar muito piada a esta pessoa nova que se tem vindo a afirmar. 

 

Hoje porque é o Thanksgiving - a única tradição que eu acho que realmente valia a pena importar dos EUA - em vez de pedir, agradeci. Agradeci tudo o que de fantástico me tem acontecido e acho que isso é sem dúvida uma das minhas maiores qualidades. Eu sou das que vê o copo quase sempre meio cheio (menos nos dias de TPM, claro). Talvez seja isso que os outros acham tão absurdo em mim. Como é que eu não sofro como era expectável sofrer? Os outros, na sua grande maioria os mais próximos. Os que deveriam supostamente celebrar-me. Eu sou a 2ª filha de um casamento que deveria ter acabado antes da 1ª. A miúda cheinha que só era popular na escola porque tinha boas notas. A adolescente que se inscreveu num curso que o pai não apoiava. A universitária a quem o 1º gajo com quem dormiu disse: "eu não estou apaixonado por ti e não quero continuar a ver-te". Alguém com 30s anos a quem disseram que era tudo mais fácil se morresse. Uma mulher com quase 40 a quem os médicos não aconselham ter filhos. Alguém que começou o próprio negócio aos 37 no meio de uma pandemia. Meus senhores, eu acho que tenho feito um trabalho hilariante com a minha vida. Quando me envolvi com este último rapaz das apps ele perguntou-me o que é que procurava, se era amor. Na altura, não soube responder. Acho que não. Acho que estou à procura de me sentir viva. De tudo o que me faça sentir isso. Um amor, um orgasmo, uma conversa, um passeio de bicicleta, uma tarde na praia. 

 

Não aceito que me rotulem como "dificil". Tenho-me imposto nos últimos tempos. Ninguém goza mais com isso. Nem os de casa. Nem os de fora. Eu não sou "dificil" e mesmo que fosse, sê-lo não significa ser menos. Significa só ser diferente. Sou reservada, selectiva e solitária, mas não vejo isso como más qualidades. Sou o que sou e quem não gosta, que não estrague. Que diga só a verdade. E está tudo bem. Isto porque hoje apeteceu-me lamber-me o ego (já que não me lambem outras coisas). E agora vou ver sites e gastar dinheiro nas vendas antecipadas da Black Friday.

Mandei o de 27 esperar sentado. Não desci tão baixo. Não o faria. Uma pessoa - por mais desesperada que esteja (acho que me posso chamar isso) - continua a ter parâmetros. A conversa dele foi PÉSSIMA. A postura PIOR AINDA. Não me surpreende. No geral, estão todos à espera. Quando abro a app o que mais vejo são pop ups a sinalizar "a tua vez". Não há nenhum match digno de resposta. Neste momento são pr'aí uns 12 em lista de espera. Ad eternum. Continuo a fazer swipe só porque sim. A minha idade já não me permite responder a "bons dias alegria". Nunca me permitiu na verdade. Quero acreditar que isso não me acontece só a mim. Na verdade, acho que as apps são para isso mesmo. Para sacar dinheiro aos tolinhos e para não se chegar a nada com várias pessoas. Também acho que lá de vez em quando calha-nos a fava, uma coisinha mais ou menos sana só para acreditarmos que a tecnologia pode poupar-nos uma série de etapas. É mentira. Não nos poupa de absolutamente nada. No entanto, continuo a achar que há um lado extremamente positivo.

 

Antes de lá ir, tenho que vos contar outra coisa. As cordas chegaram. O que é que eu fiz? Vocês já sabem. Avisei-o. O outro. O de 30. Ponderei muito antes de. Fiz até uma sondagem entre amigas. As jovens na casa dos 30s diziam-me para não avisar, as não tão jovens na casa dos 40s diziam-me para tentar. Achei curiosa a divisão de opiniões por faixa etária. Eu queria arrumar o assunto. Bullshit. O que eu queria, queria, era desenterrar o assunto embora o prazo de validade já tivesse vencido. Incomoda-me bastante ficar com utensílios que foram introduzidos na minha vida por alguém que não está na minha vida. Nem como amigo sequer. Comecei a ponderar não enviar, mas enviei assim mesmo. Às vezes precisamos de encerrar merdas que nunca chegaram a começar. Não posso não admitir que também queria obviamente lembrá-lo da péssima prestação que teve, o que não deixaria de ser uma provocação. Do ponto de vista sociológico tinha curiosidade perceber com que tom me responderia, se me respondesse. Ao, "olá, a tua encomenda chegou, diz-me o que é que queres fazer", ele respondeu "duvido que as usaria, por agora estou apenas focado em mim, desculpa como tudo acabou". Vamo lá a ver uma coisa,  então duvida que usaria uma porcaria na qual me fez gastar dinheiro? Bonito.

 

Num primeiro momento achei a resposta positiva. Fiz uma leitura muito rápida da coisa sem recorrer ao google translator. Atenção que o tradutor vai ser importante mais adiante. Há tanta gente de quem esperei um pedido de desculpas que nunca o fez, que fiquei surpreendida que este aparecesse sem grande esforço. Respondeu e foi honesto. Bom, foi politicamente correcto. Honesto nós sabemos perfeitamente que não foi. Então, eu - armada em Madre Teresa de Calcutá dos Aflitos - escrevi de volta que agradecia a honestidade (porque se deve sempre reforçar e incentivar os comportamentos positivos e devia ter sido sempre assim desde o inicio desta fantochada), disse-lhe que lhe emprestava a porcaria das cordas quando ele se sentisse preparado para as experimentar (uma brincadeirinha com mensagem subliminar) e acrescentei - a parte de que agora ME ARREPENDO MUITO - que se lhe apetece falar um dia destes que me desse um toque, isto porque li a parte de estar focado em si como trabalho interno e porque pensei que ele podia estar a bater com a cabeça nas paredes. Crucifiquem-me ou beatifiquem-me porque eu já não sei o que é melhor. 

 

Sucede que ontem, devido à tensão pré-menstrual, as minhas hormonas mandaram-se por um tobogã abaixo. Daqueles infinitos, com bué curvas e partes escuras. E faço o quê? Vou ao google translator, coloco a resposta e vai que tudo me pareceu BEM DIFERENTE. Portanto, ele deixa claro que não está interessado em usar as cordas COMIGO, foi por isso que também fiz questão de dizer que lhas emprestava e a conversinha do "agora estou apenas focado em mim" é o equivalente ao "it's no you, it's me". Bem que uma amiga me disse que ele ia pensar - after all this time - que eu queria qualquer coisa com ele e toca de deixar claro que não está disponível, pois com certeza. Eu só queria mesmo responsabilizá-lo, recordá-lo e atordoá-lo. Não sei se consegui. Fico com a linha do "desculpa como tudo acabou" que é assim a única que me parece mais sincera. E pronto, mais uma noite no meu sofá a beber vinho. Nada de novo. Consigo perceber também que há obviamente uma estratégia de fuga nessa mensagem. Quando algo te incomoda, tu tiras da frente. O rapaz deverá ser muito mais tímido e inexperiente do que quer mostrar. 

 

Este episódio bizarro fez-me recordar um colega de escola. Vou chamar-lhe António Maria porque ele era muito beto e achava-se de sangue azul. Tão beto que quando se esquecia do equipamento para as aulas de educação física, recusava-se a utilizar roupa emprestada dos colegas porque não era de marca. Um ovo podre com quem infelizmente eu me relacionei. Era bully, gozava imenso comigo porque eu era cheinha, mas nunca ao ponto de pôr tudo a perder porque eu também era muito boa aluna e isso dava-lhe imenso jeito. Então ele insinuava um certo interesse por mim para sacar dividendos em relação aos trabalhos de casa e eu, parva, alinhava nisso porque ele era popular - não sei porquê - na escola. Andava sempre tão colado a mim que as pessoas começaram a pensar que nós tínhamos realmente alguma coisa. Fomos para a universidade juntos e um dia ele convidou-se para vir até à minha casa ver um filme. Numa questão de segundos estávamos os dois nus numa cama. Não percebo como é que isso aconteceu e... se repetiu. Não foram muitas vezes e as vezes que foram, FORAM PÉSSIMAS. As suficientes para perceber que NÃO FAZIA SENTIDO NENHUM. Claro que nenhum de nós os dois sabia o que estava fazer, mas eu sabia claramente que ele me estava a usar novamente. Seguiu a vidinha dele, foi estudar para a Suiça, França, Londres, para onde vão todos os de sangue azul com pilas horrendas e que não sabem fazer nada de jeito na cama. Casou com uma tipa qualquer de sangue azul também - que infortúnio - e teve um filho. Aqui há uns meses atrás, tentou meter-se comigo outra vez. "Desculpa ter desaparecido, mas a vida agora é mais complicada". Acham que eu respondi? Querido, nem dei pela falta. 

 

Isto para concluir que as pessoas sem noção voltam sempre a tentar o acesso. Os de sangue azul que sempre parasitaram à volta dos outros, os manipuladores como o meu ex que há uns anos me enviou um pedido para me seguir no insta, os loucos que te bloqueiam e voltam a pedir amizade. GENTE QUE NÃO VALE UM CARALHO. Este amigo, parece ser um António Maria. Não tão mau - estou a ser generosa - mas lá perto. Continuo no entanto a achar isto tudo uma experiência positiva. Fez-me andar p'ra frente. P'ra onde não sei, mas saí do sítio onde estava. Sinto-me com vontade de "adiantar serviço" como se costuma dizer. Mudei a decoração da casa de banho e comprei finalmente uma televisão! Ele pareceu-me tão chique que eu quis tapar o buraco que existia no móvel! Uma nota preta hein... maior do que a que gastei com as cordas. Ha Ha Ha. Estou até a considerar avançar com a adopção de um animal. Penso nisso há imenso tempo e nunca dei o passo em frente porque sempre me convenci de que não era capaz de tamanha responsabilidade ou de tal exercício de amor. De certa forma ele inspirou-me a fazer isso. Se uma pessoa como ele consegue, eu tenho a certeza de que também consigo. Afinal de contas é de amor que os bichos precisam. Acho que me faria bem ter uma companhia. Até proteína comecei a beber. Não adoro, mas é precisa para os meus objectivos. Como ele bem disse "hei-de experimentar tudo pelo menos uma vez na vida". Acho que é esse o lema que levo. E que me estava a fazer muita falta. Talvez existam pessoas que só aparecem para nos fazer subir de nível. (em diferentes domínios). No regrets. 

 

 

Ultimamente sinto-me atraída por homens mais novos. Espalham saúde. É chato ter a minha idade. Não recomendo. Uma pessoa tanto faz o pai como o filho. É preciso ter juízo para evitar problemas domésticos. Primeira vez, fui aos 34. E fui muito bem. Fiquei extremamente bem impressionada. Se calhar o problema foi justamente esse. De 0 a 20, o de 34 passaria com mérito: 18 valores. Pena que uma pessoa nem sequer pôde repetir. Após algumas rondas no charco, fui - a medo -  aos 31. Grandes expectativas. Acabou como vocês sabem. Com umas bed restraints a caminho. Agora, tentação do demo, anda um puto de 27 a chatear-me. Ao menos não procura uma relação séria como todos os outros. Ha Ha Ha. Começo a pensar que talvez não fosse má ideia retirar-me das apps. Uma pessoa queria problemas, mas uns probrema bons... Não posso mandar os meus standards tão baixo... seriam 12 anos de diferença. Jesus Christ!

 

Realmente não sei o que é que Nossa Senhora do Grelo quer comigo... Os "velhos" da minha aldeia, ups!, idade, não me dizem nada. Muito traumatizados. Muito pouco corajosos. Muito pouco criativos. Às vezes não ter noção é uma vantagem. Mas só às vezes, claro. Ando a adiar uma cerveja com um deles porque a conversa começa sempre bem, mas depois descarrila. Segunda tentativa que fazemos. Não fluiu à primeira, não me parece que vá fluir à segunda. Nem à terceira, quarta, quinta... Muito bruto para o meu gosto. É capaz de me dizer "chupa aqui", coisa que ouvi e não apreciei. Portanto, não me vou meter numa dessa outra vez. Não é rocket science, mas está dificiu p'ra xuxu. Não flui com ninguém. E quando não flui uma pessoa pensa, bora lá ao castigo e nem o puto do castigo vale a pena. 

 

 

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Já passou uma semana desde a fatídica noite em que alguém perdeu o ego. Not me. O tempo está a passar realmente depressa... Tenho contado as últimas peripécias às minhas amigas e todas elas me perguntam, escandalizadas: "e tu, como é que te sentes?". Noto-lhes uma certa preocupação, quando eu - estranhamente - nunca me senti tão bem e isso é um bocado novidade por estes lados. Tive uma semana de bons looks - todos documentados para uma pessoa não se esquecer quando a inspiração faltar - e uma semana de bons treinos. Continuo a priorizar-me e estou MUITO, mas mesmo MUITO, satisfeita com os resultados. O fim de semana passado tive um date comigo mesma. Sushi, cerveja, música e velas. O plano perfeito para um sábado à noite em que não me apetecia fazer nnenhum. Estou a tornar-me a mulher dos meus sonhos e isso - por agora - parece-me delicioso. Vejo-me bonita, sexy, interessante. Eu fazia-me.

 

Antes de me envolver com alguém - não sei se isso vos acontece, mas acontece-me muito a mim - costumo ponderar sempre os possíveis danos colaterais. Como é que isso - caso corra mal ou caso corra bem - me irá afectar. Há muito tempo que estou a sentir a minha vida monótona, portanto não vou disfarçá-lo: eu ando deliberadamente à procura de uma aventura. O problema é que eu não sou uma pessoa de muitas aventuras, o que acontece é que às vezes perco as estribeiras e atiro-me de cabeça. Neste caso, atirei-me, não porque o outro me aliciasse muito, mas porque eu realmente queria. Desde o inicio que senti que não havia química entre nós e a química é a grande responsável por nos desgraçarmos... Não havendo isso - porque nós não temos dúvidas quando há - senti-me mais à vontade para me soltar. Era o desafio. Achei engraçado o facto dele ser mais novo, de ter nacionalidade e cultura diferentes e uma casa estupenda! É verdade. Não vou negar que a esta altura da vida eu sou bem capaz de me vender por um jacuzzi 4x4. Acho que foi isso que me agarrou: a casa e os dotes de culinária. Sim, porque no nosso primeiro encontro exigi um brunch e ele fez: panquecas e ovos mexidos, portanto nem tudo foi diabolicamente mau. E ainda tive direito a sessão de Netflix no sofá. Começo a pensar que meter-me com putos nas apps pode ser um bom bálsamo para a auto-estima. 

 

As minhas amigas avisam-me, muito preocupadas, "não sejas mãezinha dele, não tem nada aí para ti". Mas por acaso eu estou à procura de alguma coisa que não seja uns belos fins de semana numa segunda moradia?! A falta de respeito dele não tem desculpa, mas já todos tivemos 30 anos, não já? E eu já fui tão f#did@ nesta vida por gente mais velha, que apesar de bizarro, este evento não me fere assim tanto. E ainda bem. É um sinal de que estou forte. E madura. Intriga-me, de uma perspectiva psicológica, mas não me tira o sono. Era uma experiência que eu queria voltar a ter: envolver-me com alguém sem sentir nada por essa pessoa. Chego à mesma conclusão de sempre: as relações - e principalmente o sexo - funcionam claramente melhor quando sentimos alguma coisa pelo outro. Qualquer coisa. No entanto, não é por isso que vou deixar de procurar uma queca sem sentimento. O objectivo é claro: fazer dos últimos meses antes dos 40 um laboratório. Recordo-me da minha entrada nos 30s: sentia-me  perdida. Acho que todos nos sentimos. É por isso que não me vou chatear com um puto que sempre se dedicou ao trabalho, que apesar de novo tem um cargo de alta responsabilidade, que andou desde os 18 de um lado para o outro e que tem hora de dormir e de acordar como qualquer bom militar. Aos 30 eu também achava que se seguisse as guidelines que me deram, o sucesso estava garantido, até que descobri que não e passei a (tentar) seguir o coração. Aos 30 eu também não conseguia falar sobre os meus sentimentos nem sabia o que é que preferia na cama. Desconfiava, mas não tinha certeza. Ainda hoje me estou a descobrir e todas as experiências que contribuam para isso são bem-vindas. No regrets and no shame. Eu já fui ele, mas não quero ser mais. Eu quero viver este corpo e este sexo.

 

Eu sou da paz meus amigos. Porque é que eu me haveria de amargurar com isto? É óbvio que a ocitocina desce um pouco quando a pessoa percebe que foi "enganada". Que lhe prometeram muito e entregaram pouco. Ou quase nada. Mas também o que havia para entregar era a promessa de bom sexo. Promessa, claro. Ser lubridiado não é fixe, mas é menos grave se a pessoa que vos lubridiou estiver ainda mais enganada do que vocês e acho que nós, no papel de mais velhos, temos de relativizar isso. O que me atormenta na verdade - e isto vem mesmo do mais profundo de mim - é não ter tido oportunidade de experimentar o belo jacuzzi do menino. As vezes que eu me imaginei a entrar nele e a submergir-me na espuma enquanto as luzes estavam apagadas e as velas acesas. Para não falar na mesa da cozinha. Meu Deus, acho que se me deitasse em cima dela era bem capaz de ter um orgasmo instantâneo. Aquela casa mexia comigo. Mexia muito. Tudo bom design. Um verdadeiro desperdício. "Eu não uso o jacuzzi", como não usas o jacuzzi filho? Eu devia ter percebido que ele não usa nada. Como eu também não uso, né? E se fizéssemos um pacto: jacuzzi + pequenos almoços em troca de educação sexual? Ha Ha Ha. Olhem que eu me imagino a dar conta do recado. No fundo eu também acabei por me descobrir mais um pouco. I think I might be a little kinky... mais do que ele. O sonho americano não me derrete: um homem bonito, uma casa bonita, um cão bonito. Tudo bonito. Demasiado bonito. A portada perfeita da Architectural Digest. Não me derrete, mas... PODIA USAR. 

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Querem mais detalhes sobre a versão Mr. Grey do Aliexpress? Escusam de responder. Vou contar na mesma. Preciso de desafogar-me. No dia seguinte aos acontecimentos relatados no post anterior, enviei uma mensagem a perguntar como tinha corrido o exame. Achei que era o minimo que devia fazer. Ou máximo. Sei lá... Respondeu que sim, que se tinha safado e eu disse ainda bem. Não voltou a falar e eu também não. Não insisti. Devia?! Acho que não. O interessado suponho que seja ele. Voltei a dar espaço. De quanto espaço é que uma pessoa precisa para não ser parva? No Domingo, testei as águas. Enviei outra mensagem. Um assunto leve, para quebrar o gelo, pouco comprometedor. Perguntei-lhe se aceitava treinar mais um bichinho e enviei-lhe uma foto do cão dos meus pais (com quem tinha estado a brincar a tarde toda). Ele respondeu ISTO: "seguramente que não". Curto, seco, estúpido. Uma bela entrada a pés juntos de um puto mimado. Acho que não há vertente nenhuma na psicologia que consiga explicá-lo. Go fuck yourself! Podia não ter respondido, mas respondi, (foi um bocadinho mais forte do que eu): "compreendo, é demais para ti". E vai ele, e diz: "com toda a certeza". MAS QUE RAIO DE MERDA É ESTA? Há por aí alguém com mais estudos do que eu que me possa ajudar?

 

Acho que independentemente do objectivo das nossas interações, existem mínimos que devem ser cumpridos. O respeito é um deles. E pelos vistos, por aqui, não existe. Aproximei-me dele com as expectativas muito baixas. Um rapaz tão novo não podia trazer muito para cima da mesa. Sentia-o. Ainda pr'a mais com um prazo de validade à cabeça. Tentei manter os pés assentes na terra. Ele não mexe comigo. Os seus belos músculos, o seu corpo esculpido, a sua pele branca e os seus cabelos ruivos. Preciso obviamente de mais. No entanto, achei que era um grande desperdício - se ele já se tinha oferecido - não o aproveitar. Que o sexo, ao menos, mexesse. Não aconteceu. Fiquei super frustrada, confesso. No entanto, agi como esperava que agissem comigo se fosse eu a estar no lugar dele. Todos nós sabemos que as primeiras vezes entre duas pessoas são más. Assim como todos nós sabemos que o sexo bom só chega com a intimidade. É por isso que com ele não funciona. Porque ele não se entrega, não se permite e... não tem propriamente vontade de aprender.

 

Por outro lado, sinto que estou no hemisfério oposto. Cheia de embalagem. Pronta para tentar, errar e sobretudo experimentar. Uma vontade estranha em mim. Sinto-me mais ousada do que nunca e estou a gostar (MUITO) disso. By the way: as cordas estão a caminho. O que é que eu faço? Aviso-o quando elas chegarem? Não lhe digo nada? Espero que pergunte por elas? A mim não me fazem falta. Eu não quero amarrar-me, eu quero libertar-me! 

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Parental advisory: este post pode ir dos 0 aos 100 numa questão de minutos. A troca de mensagens entre mim e o último contactinho das apps continuou. Entre alguns altos e outros baixos e uns dias off, ele foi alimentando a ideia de que o sexo com ele seria maravilhoso. (bom, a parte do maravilhoso quem a alimentou posso ter sido eu). Ofereceu-se literalmente para ser usado. (e agora percebo porquê). Referiu imensas vezes o tipo de actividades que gostava de praticar. Quite kinky, assumia ele. Pediu-me inclusive para lhe comprar bed restraints porque se as mandasse vir do país dele levariam imenso tempo a chegar. Acho que toda a gente tem direito a um Mr. Grey na vida e eu comecei a entusiasmar-me com a ideia de que este poderia ser o meu. O problema é que a conversa não saía do mesmo sítio. A conversa e ele. Atiçava e no mesmo instante recuava. Propunha encontros sempre para o dia seguinte ou o próximo fim de semana. Disse que dormia habitualmente cedo e não podia falhar com o horário de sono. (um tédio). Desmarcou um encontro porque adoptou um cão e não queria que o bicho entrasse em stress nos primeiros dias juntos. Comecei a aborrecer-me. O cão até desculpo, (é só a coisa mais fofa do mundo),  já ele... Senti-me um pouco rídicula ao mandar vir da China umas cordas que nem sei bem se serão usadas comigo, mas parti do princípio que sim. Chegam supostamente dentro de uns dias. Senti-me ainda mais rídicula quando dei por mim a consultar bibliografia específica sobre Bondage e BDSM... mas ele prometia muito. Fiz o que qualquer pessoa normal faria, informei-me e tentei preparar-me. Comecei a achar que a possibilidade de haver sexo entre nós estaria próxima ou que pelo menos começava a ser muito desejada pelos dois.

 

Antes de ontem, a criatura voltou a enviar-me mensagens. Contava-me como tinha sido stressante o seu dia... e como se estava a sentir horny.  Aproveitei a dica e cheguei-me à frente. Convidei-o para vir até a minha casa, relaxar. Trouxe-o até a mim por estratégia, quem joga em casa entra com vantagem. Era uma forma também de dar a conhecer o meu espaço, abrir um pouco mais a cortina sobre mim. Primeiro disse que não podia, claro. Tinha um exame no dia seguinte e precisava estudar. Depois, recebeu uma foto minha - digamos que um pouco provocadora - e mudou de ideias. Comecei a jogar o jogo dele. Ao que parece, até estava na disposição de vir, dependendo do que eu tivesse planeado acontecer. Perguntei-lhe o que o faria vir e ele respondeu que eu o podia "vendar, amarrar e usar para o meu máximo prazer". Nada que eu já não tivesse tentado antes com outras pessoas. Disse-lhe que sim. Que viesse. Estava disposta a resolver o assunto. Tomou banho e apareceu na minha casa. Nervoso. Não me cumprimentou, entrou, descalçou-se e sentou-se no sofá comigo. Antes dele chegar, fui preparando o cenário, apaguei as luzes, acendi algumas velas, escolhi uma lista do Spotify e adiantei-me: 3 copos de vinho, o suficiente para relaxar-me. Falámos um pouco, ofereci-lhe um copo (ele não bebe) e deitei-me discretamente no colo dele. Apesar de ser uma coisa combinada, eu não queria partir para ela sem haver antes um momento para relaxarmos.

 

Confessou que estava nervoso, que era a nossa primeira vez juntos. Eu disse "Oh, primeira vez?" e ele referiu, pouco à vontade, "toghether". Foi nesse momento que desconfiei que as minhas suspeitas sobre o que ele me poderia oferecer - um sexo pobrezinho e pouco nutrido - poderiam estar certas. Afinal de contas ele só tem 31 anos. Sim, nunca vos contei isso. Ele só tem 31! Não pensem mal de mim por favor! Vesti uns calções bem curtos e um top, para não complicar muito as coisas. O coordenado era fácil de despir e permitia mostrar uma superfície de pele bastante grande. Pouco ou nada me tocou, acho que não sabia muito bem o que fazer com as mãos e o pouco que me tocou foi muito leve, sem convicção e sem orientação. Excitado estava, claro. Não me demorei muito e passei à fase seguinte. Fiz o que me tinha pedido. Sentei-o numa cadeira, na cozinha e vendei-lhe os olhos com um lenço de seda. Beneficiámos os dois disso. A ele suponho que lhe tenha posto a imaginação a trabalhar e a mim permitiu-me libertar-me de quaisquer complexos que pudessem atrapalhar o ter de me despir à frente de alguém. Comecei a namoriscá-lo, a tocar-lhe, a massajar-lhe os ombros, as costas, até que perguntei se beijava. Não sei como é que me lembrei disso, parecia uma p#t@ profissional, mas tentei entrar no jogo que pensei que ele queria. Ele disse que sim e foi aí que o mise-en-scène começou a perder a graça. O gajo não sabia beijar. Ele não mexia os lábios, nem a língua. Nada. Foi uma coisa tão blhec que eu nem sei como descrevê-la. Um sofrimento. Comecei a sentir-me estranha, porque de repente, a gaja de 39, complexada com o corpo, que não fazia sexo há quase 2 anos e que sempre se achou uma nódoa na cama, começou a parecer uma cougar de 39 a aproveitar-se de um cordeirinho indefeso de 31 (quiçá quase virgem). Valha-nos Deus! Querem que eu continue? Têm a certeza?

 

Utilizei um bastãozinho que tinha em casa (um teaser para gatos ao qual arranquei os berloques ah ah ah) para ir brincando com o corpo dele e socorri-me de gelo (que era o que havia à mão). Vi-o suspirar fundo e rápido. Existia algum prazer na tortura. Despi-o aos poucos enquanto fui pedindo a ajuda dele para me despir também. Fiquei em soutien (nunca ousou abri-lo) e em cuecas (nunca as tirou). Peguei nas suas mãos e passei-as pelo meu corpo, mas elas demoravam-se muito pouco aonde eu queria. Pu-las entre as pernas, mas ele não sabia o que fazer com elas nem onde se concentrar. Comecei a enervar-me. Desci e ajoelhei-me à sua frente. Nunca deixei de lhe perguntar se estava tudo bem, se confiava em mim, se estava a gostar. Dizia que sim. Fiz-lhe sexo oral. Gemeu. Perguntei-lhe o que é que ele queria a seguir. Estava perdida, sem entender muito bem o que é que era para fazer. Deixei-o escolher e conduzir-me. Tentei jogar com as circunstâncias e ser inteligente. Ele disse que queria "meter-se dentro de mim" e eu pensei "boa, finalmente chegou a minha hora"... Deitei-me sobre a mesa da cozinha e foi aí que tudo descambou. Quando eu me deitei na mesa da cozinha, pensei que ele me fosse preparar para o que ele queria, ou seja lubrificar-me, mas não. Partiu directamente para o final e claro, não correu bem. Desde não ter preservativos e eu ter de interromper a cena para os ir buscar ao quarto, ao queixar-se de que a mesa era muito alta para ele, ao mudarmos para o chão e voltar a queixar-se de que lhe doíam os joelhos... foi tudo uma frustração. Preferia as posições mais cómodas, sentado no sofá ou o básico, deitado no chão. De repente comecei a perdê-lo, só me perguntava que horas eram e dizia que já devia estar em casa. Levantou-se, vestiu-se e foi-se embora apressado. Nem se despediu. Acabei a noite sentada no sofá, sozinha, a beber vinho, sem happy ending. Uma tragédia, portanto.

 

Gostava de abordar a questão e falar abertamente sobre o que aconteceu, mas não quero fazê-lo sem que seja ele a puxar o assunto. Ontem só lhe enviei uma mensagem a perguntar como tinha corrido o teste no trabalho e ele respondeu que tinha passado, com um smiley. Calei-me e nunca mais disse nada. Acho que o posso ter assustado. Não sei. Sinto que posso ter sido um pouco mais hardcore do que o que ele esperava. No fundo, ainda nos estávamos a conhecer. Sou uma pessoa bastante sexual e apesar do sexo vanilla ser o meu preferido, consigo ser bastante wild quando quero. Nesta situação, parti com o que tinha. Não havendo grande intimidade entre nós, achei que era sexo pelo sexo o que ele procurava e afinal de contas podemos ter passado um bocadinho os limites logo na primeira vez. Talvez algo mais soft sem partir logo para o final teria sido uma opção melhor. Ainda nem sequer tínhamos curtido. Vejo-o como alguém jovem, com pouca experiência sexual. Entrou muito novo para o exército, é meio paranóico com a disciplina, super dedicado ao ginásio, está deslocado há vários anos... Toda aquela atitude mais reactiva parece-me uma postura de quem pode ter tido como primeiras experiências sexuais prostitutas e a quem a intimidade incomoda muito. Pago para me fazerem. O estilo. Não sei, não quero estar a overthinking. No entanto, fico um pouco sem saber como me posicionar. Se é que é para me posicionar. 

 

Vou dar-lhe espaço, deixá-lo reflectir. O facto é... quem continua horny as fuck sou eu! A verdade é que esta experiência, empoderou-me, confesso. Celebrei e honrei o meu corpo e isso é maravilhoso. No trauma. Foi mau por um lado, mas extremamente positivo pelo outro. Não dizem que a vida nos envia aquilo de que estamos a precisar? Porque raios cismei que não era capaz? Esta experiência até poderia ser engraçada para os dois. Who knows?

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