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O Sexo e a Periferia

Entre a Carrie Bradshaw e a Bridget Jones. Com muito menos glamour, é claro.

(será mesmo o último? ah ah ah ah) Os dados que interessam: 

Os outfits:

Eu - umas leggings pretas (melhor compra da Zara de toda a história da moda) combinadas com uma sweat oversized but not too oversized e umas New Balance. Não lavei o cabelo porque não tive pachorra e achei que era um esforço em vão (o auge do entusiasmo eu). Ele - uns jeans, uma tshirt azul escura e um casaco de polipele. Os sapatos eram horríveis (umas botas tipo da neve) e o cabelo também não parecia lavado. Achei-o bonito no geral, um pouco mais gordo do que nas fotos da app. Tem os dentes alinhadissimos, uns lábios super delienados, bem esculpidos, másculos sem serem brutos. O cabelo solto e ondulado dá-lhe um ar diferente do comum (tem pinta de italiano, um querubim entre o surfistinha da linha e o intelectual de esquerda). Tem a barba rarefeita exactamente no ponto em que eu gosto e uns olhos castanhos que me intrigaram um bocadinho. Porquê não sei. Não são profundos. Nem brilhantes. São apenas bonitos. E doces. Tem 30 anos, é aquário (se isso interessar), licenciado, trabalha no estrangeiro e veio a casa passar o Natal.

O date: um pequeno almoço sugerido por ele - depois de termos falado uma ou duas vezes - num sítio e horário sugeridos por mim (começo a achar muito graça aos dates durante o dia!)

 

Overall Rating: 7/10 

Não foi espectacular, mas também não foi um desastre, foi normal acho eu. Considerando que eu também não estava super entusiasmada com o momento, acho a pontuação justa. Não o notei demasiado nervoso, parecia-me relaxado, conseguiu ser brincalhão sem parecer bronco e achei-o honesto em relação à informação que partilhou sobre ele. Ou seja, em comparação com o último date (o das cordas) em que o tipo passou o encontro todo em apneia, foi bastante menos tenso e muito mais suave (embora estivessemos num sítio neutro, claro). Fluiu naturalmente como deve ser uma coisa destas, sem grandes expectativas.

Green flags: Pediu desculpa ao inicio por não me ter dado atenção no dia anterior porque tinha tido um jantar com os primos. Admitiu que há imenso tempo que não estava com ninguém e que só tinha tido uma namorada a sério na vida e à distância porque segundo ele, "quando se gosta, faz-se o que é preciso". Nem sei bem se isto é uma green ou uma red flag... Fico sempre com o pé atrás. Ri imenso quando referiu que não gosta de se gabar porque normalmente quem o faz não faz nada daquilo que diz que faz e como todos os miúdos de 30 anos, deixou escapulir propositadamente que gosta muito de dar prazer a uma mulher (acho que a malta mais nova - quando está com uma mulher mais velha - sente a necessidade de deixar isso bem claro... mesmo que não saiba what it takes to, ah ah ah ah). Não houve nenhuma conversa do tipo "o que é que fazes na app" ou "o que é que procuras" e ainda bem. 

Red flags: Tem um historial familiar complicado sobre o qual não se abriu muito, não tem sido muito constante em termos de trabalho nos últimos anos, mas parece ter as ideias e o coração no lugar. Não é um grande conversador, escreve imensas vezes "ahahahah" como resposta às mensagens e a meio do date perguntou-me se queria combinar alguma coisa mais tarde, com mais tempo. Sugeriu que fossemos comer umas tapas, mas estou constipada e a arrastar-me, não me mostrei muito interessada. Voltou a enviar mensagem mais tarde a sugerir o mesmo e voltei a recusar educadamente. Não gosto que insistam muito nem que forcem a barra. Ele compreendeu. 

 

O que é que me agrada nele: embora seja prematuro, diria que é a abertura. É uma pessoa com vontade de fazer coisas. Que tipo de coisas não sei, mas é alguém que me vejo a convidar para uma caminhada e a aceitar. Acho que é gente para isso e para várias actividades, ao contrário do último, por exemplo, que só me chama para o atar à cama e satisfazer. Fisicamente não sei se houve um click. Acho-o bastante sexy nas fotos, mas ao vivo, as botas deram cabo do figurino que eu já tinha montado na minha cabeça. Tem uns traços bonitos, mas parece desleixado. Vejo potencial, mas precisa de um makeover. Embora pareça isso tudo, não me parece bruto nem plástico como o outro que era uma pedra (até a beijar). Parece flexível e maleável. Fiquei com essa ideia. 

O que é que não me agrada nele: o ar desleixado (pode ter sido hoje), a pouca criatividade nas mensagens (ainda não falámos o suficiente, mas...) e a pressa, no entanto até compreendo em parte. Vai-se embora dia 4 de Janeiro e está a fazer pela vidinha. Pode ser apenas um puto sem grande história e sem grande cabeça a tentar marcar um golo só porque apareceu a oportunidade. Não sei se me apetece arriscar mais um episódio traumático na vida, experiência não me parece que ele tenha muita, mas pelo menos não prometeu este mundo e o outro. Se ele se mexer direitinho talvez haja um segundo date. Depende dele. E dos adversários! To be continued.

 

Entretanto, continuo a falar com o do último post. O do vinho. Conversa da treta. Não desenvolve mais do que o básico, mas lá de vez em quando mete conversa. Dentro do género é provocadorzinho, mas só quer o óbvio claro. Já disse e referiu que sabe muito bem fazer o seu lugar e o que precisa ser feito quando está com uma mulher! Se eu ganhasse um euro por cada vez que um puto me diz isso... E quando eu achava que não podia descer mais abaixo dos 30, começa um de 25 a enviar-me mensagens. O que é que se passa minha gente?! Sinto-me um íman. Ah ah ah ah. Respondi-lhe educamente, mas não lhe dou muita conversa. É preciso ter calma e cuidado quando uma pessoa atravessa mares como estes nunca antes navegados (até porque a mãe da criatura é frequentadora assídua do meu estabelecimento e uma pessoa não se pode dar ao luxo de perder bons clientes). E como não há duas sem três, conheci outro miúdo numa festinha de Natal. Ele estava bastante bêbado já e eu não estava plenamente lúcida também, mas como nessa mesma festa / bar também estava o das cordas, deu-me jeito utilizar esse pequeno só para fazer uma ceninha.

 

Eu já desconfiava que mais tarde ou mais cedo me ia cruzar com o das cordas, assim como também desconfiava que ele não ia saber o que fazer quando isso acontecesse e que o mais provavel era evitar-me. Ou fazer que não me viu. Quando percebi que ele estava lá, passei uma vez perto da mesa dele só para marcar território, mas fiz que não o vi. O objectivo era ser vista e espalhar o pânico. Quando ele topou que eu lá estava, olhou várias vezes para a minha mesa, mas sempre a disfarçar. O mesmo que eu fiz. Depois de algumas bebidas, as minhas amigas decidiram ir dançar e eu que pensava que ia só tomar um copo e vir para casa, acabei a dar tudo na pista de dança. (grande ressaca no dia a seguir!). Quando passei por ele, ele virou as costas para fazer que não estava a ver eu ir nessa direcção, então aproximei-me dele por detrás e disse "é muito tarde para estares aqui a esta hora, não devias estar em casa?" e continuei a andar para a pista de dança. Apeteceu-me gozar um bocadinho com a situação... de ânimo leve, claro. Ele não disse nada, nem sorriu, nem brincou, ficou branco, petrificado, imóvel. Às tantas nem percebeu o que é que eu disse... Vi-o várias vezes na pista de dança, descontraído, a dançar, a beber, a divertir-se, sempre a dar nas vistas, mas eu não me fiquei por menos. Dei tudo e no fim da noite, viu-me a trocar números de telemóvel com esse rapazinho assim como me viu a sair sozinha do bar a caminho de casa. Não houve mensagens posteriores, mas houve aquilo que ele no inicio, quando começámos a falar, me tinha dito "se não estiveres interessada em mim, eu eventualmente terei de seguir em frente". Está a pagar pela língua porque eu mostrei-lhe exactamente como se faz.

 

Tenho obviamente de confessar que depois dele me ter enviado a última mensagem a oferecer-se novamente para eu usar as cordas nele, passado uns dias, enviei-lhe foto das cordas, tudo para o picar. Ando a brincar com o fogo, eu sei. "Acho que vão dar óptimas decorações de Natal, não achas?", ele respondeu "com certeza". O que ele responde sempre quando não quer continuar a falar... acho eu. Também não disse mais nada. Gosto apenas de picá-lo e de fazê-lo passar mal com a cena toda que ele próprio montou. Gosto de torturá-lo com a ideia de que eu podia perfeitamente fazer o que ele quer que eu faça, mas não faço porque ele não me dá aquilo que eu quero. Há lá coisa mais sádica do que esta?! Se isto não é rough enough então não sei o que será... Acho que estou a jogar bem, não estou?! Assim como acho que daqui a uns tempos, quando eu me tiver esquecido do assunto e ele não tiver entretenimento melhor, há-de voltar a perguntar-me sobre as ditas cordas. Uma coisa é certa, incomoda-me muito que ainda não tenham sido utilizadas. Devia arrumar o assunto este ano. Ah ah ah ah ah. Boas saídas malta e grandes entradas! 

DIY

Nada de novo na terra do nunca. Não esperem grandes desfechos. Já não conto com eles. Estou em banho maria e não me importo de assim ficar até 2024. Sinto que o fim de ano é sempre pesado para toda a gente. Estamos cansados, não estamos? Qualquer esforço extra nesta altura - nem que seja interpretar uma frase - é penoso. Continuo nas apps - sem grandes esperanças. É um entretenimento (na falta de melhor). Ou uma forma de me enganar a mim própria. Não costumo ser muito pessimista, mas confesso que estou a perder o pé em relação a várias coisas. Se fossem só as relações... Já vi isto com melhores olhos, confesso. Estou muito apreensiva com os negócios e desanimada com o resto. A humanidade está um bocadinho feia e eu não queria nada admitir isso. Estamos a perder-nos (se já não estivermos completamente perdidos). 

 

Ontem, acordei e fui caminhar. Troquei o ginásio pelo frio da rua. Pessoas que saem da cama para apanharem frio na puta da cara propositadamente só podem vencer na vida. Tenho dito. Gosto dessas trocas para quebrar a rotina. É mais ou menos o que procuro nas apps. E fora delas. Alguém que "quebre" as minhas rotinas de uma forma saudável e graciosa. (graciosa, ah ah ah. tudo o que as apps são). Enquanto caminhava parti-me a rir. As caminhadas são normalmente o momento em que costumo "falar" com o universo (solto a Alexandra Solnado que há em mim e lá vai). "Bonito hein, mais uma das tuas". Como posso não rir? Eu a pensar que ia ter o melhor sexo da minha vida depois de anos em jejum e o universo envia-me justamente o contrário. Que mal fiz eu? Há coisas que realmente não se explicam! Depois disso, acho melhor não pedir mais nada a não ser força para aguentar e esperança para continuar. Ando a falar com um de 30 (mais um!). A maioria dos que andam nas apps parecem ter todos a mesma idade, não há muita gente acima disso (porque se calhar já desistiram de se chatear). É bastante divertido, o que o ajuda, mas temo - à semelhança de todas as outras histórias recentes - que seja conversa para pouco tempo embora ele diga que daqui a 3 meses volta para a terra (está actualmente fora em trabalho) e vamos beber um vinho. 

 

Recentemente, e porque estes temas me têm interessado, estive a ouvir um podcast sobre a "nova sexualidade". Foi, do meu ponto de vista, bastante assustador. Estamos a criar adultos "pseudo" autónomos - uma geração que aprende a (sobre)viver e a desenrascar-se muito bem sozinha - e que vê o sexo como um produto que se adquire para satisfazer desejos e impulsos biológicos. Daí a popularidade das apps. Basicamente é como se fosses ao supermercado porque tens fome e apetece-te um donut. Vais às apps porque estás com tesão e apetece-te ser satisfeito. Sim, SATISFEITO. O sexo deixou de ser uma actividade a dois para passar a ser uma actividade cada vez mais individual. O que é um pouco contra natura porque nós precisamos do outro para evoluir e não me refiro apenas à procriação. As estatísticas confirmam que esta geração faz menos sexo e cada vez menos (números bons para as sex shops, claro). O problema é que estes adultos "pseudo" autónomos não sabem (até terem um encontro de 3º grau como eu tive) que o sexo real é muito diferente da pornografia. O sexo, de verdade, é mais complexo do que bater umas punhetas à frente do computador. Exige sobretudo que a pessoa se entregue, coisa que esta geração não gosta lá muito de fazer. A geração que está conectada a todos os devices, menos aos que realmente importam. É bem assustador isto!  De repente uma pessoa tem quase 40 e tem de se situar se quiser ir a jogo. Se não quiser, a solução é... DIY. O problema é que nós - os de quase 40 - que crescemos com o gingado de anca do Patrick Swayze não estamos bem a ver como é que isto passou, de repente, para a masmorra do Mr. Grey. 

 

Entretanto, não vos cheguei a actualizar sobre a minha limpeza energética, mas ao que parece, vou para 2024 sujinha e poluída. Não é que me chateei a valer com o meu amigo lá das coisas do além? Vocês sabiam que não ia dar certo, né? Há uns tempos ele apresentou-me o suposto plano de limpeza por um preço e disse que eu não precisava de fazer todos os passos, bastava o primeiro, o mais importante. Quando decidi "limpar-me", ou melhor, "libertar-me", transferi-lhe o valor do 1º passo. Disse-lhe para comprar o material necessário e que depois acertávamos o resto, ou seja, pensei que ele tinha entendido que começávamos por aí e logo víamos. Quando o material chegou, ele enviou-me uma mensagem e disse que "aguardava o resto do dinheiro para iniciar a terapia" e eu perguntei-lhe se não podia avançar com a primeira parte tal como tinha referido e ele inventou que não. Fiquei furiosa porque ele estava obviamente a aproveitar-se da situação para me sacar mais dinheiro de uma forma pouco ética. Passei-me e disse-lhe que já não queria fazer a limpeza e que ele me devolvesse o respectivo dinheiro descontando o valor do material (ainda fui bem amiga!). O material - 6 velas - custaram um balúrdio! Disse-lhe que não gostava da forma como ele estava a gerir a situação, que pensava que éramos amigos e encerrei o assunto porque ele é um tipo de pessoa com a qual não se deve discutir. Ontem, quando regressava da caminhada, encontrei-o na rua. "O que é que eu faço agora?" Passei por ele e cumprimentei-o, mostrando-lhe toda a minha classe e boa educação (doida para o mandar para o caralho, claro). Tinha um dedo ligado, estava de muletas e coxeava. Parece que lhe caiu qualquer coisa em cima pesada e teve de ser operado ao dedo e ao joelho. Despediu-se quase a fugir com um  "falamos com mais tempo depois". Epah, karma's a bitch! Antes suja e com os chacras todos entupidos do que mal acompanhada. Só tenho mesmo este pedido: que 2023 leve tudo o que não seja preciso! Se não falarmos antes do Natal, desejo-vos muitas punhetas... de bacalhau, claro. 

Ontem passei o dia inteiro de pijama. Hoje acho que vou fazer exactamente o mesmo. Confesso que andava a pedir chuva para poder "estrear" a televisão nova. Sou oficialmente uma SENHOOOORA. Ah, o capitalismo... como pode ser gostoso! Uma SENHORA com televisão é todo um status! Foi uma celebração. Confesso. Sinto que subi um degrau na vida adulta. (espero que não tenha sido a caminho do abismo!). Abri uma cerveja fresquinha para assinalar o momento e comprei vinho porque o stock que tinha de reserva entrou em ruptura desde que comecei a relacionar-me com fãs de bondage. De repente, enquanto estava no sofá a cumprir com o típico programa de um feriado chuvoso, tive a rara sensação de full circle

 

2023 está a deixar-me bastante orgulhosa. Fiz 9 viagens de avião. N-O-V-E. Deixem-me repetir por favor! Muitas delas sozinha e algumas delas com pessoas novas. Há lá coisa mais arriscada na vida do que viajar com alguém que não se conhece? Yap, I did it. E olhem que isso não é para todos! Viajei sozinha de comboio num país que não era o meu. Quem diria que eu seria capaz... Fiz topless pela 1a vez na vida (esta não vos tinha contado, pois não?). Tomei banho num rio. Voltei a furar as orelhas! Adicionei vários gajos nas redes sociais, algo que eu não era capaz de fazer. Voltei às dating apps... e com o objectivo de ter apenas sexo. Assumir isso foi realmente libertador! Removi várias pessoas da minha vida e coloquei outras tantas nos seus devidos lugares. Aprendi a ser mais forte e a dizer que não com mais convicção. Cortei o cabelo. Bem curto. Voltei a usar franja (que loucura!). Fiz um trilho sozinha pela 1a vez. Provei comidas e bebidas novas sem torcer o nariz. Comecei a treinar mais sério do que o que treinava antes. Comecei a tomar proteína (como é que é possível? eu que sempre disse que não iria alinhar "nessas porcarias"). Eu, que ando interessada em bilbiografia sobre bondage e BDSM. Meus amigos, se isto não é dizer ao universo "I'm ready", então o que será? Sinto-me profundamente orgulhosa de mim. Trago no peito a sensação de missão cumprida. Estou a fazer aquilo que me é mais dificil: viver. Estou - sem sombra de dúvida - a experimentar mais, a conhecer-me e a descobrir-me. Estou mais permeável à vida, mais tolerante com o que sai fora do padrão e por outro lado, mais confiante no que trago para a mesa e mais segura de mim e do meu corpo. Progressos ina-cre-di-tá-veis... e há muito desejados.

 

Estou de facto a tornar-me na mulher dos meus sonhos e a construir a vida com que sempre sonhei. Não tenho absolutamente nada do que me queixar! Nada. Acho que cresci tanto nos últimos anos da minha vida que as minhas fundações estão a ficar cada vez mais coesas. O que importa é o que fica quanto tudo o que é temporário desaparece. E é na fundação que eu tenho estado focada e onde eu tenho investido mais e se calhar era onde eu precisava efectivamente investir. Portanto, o que vai e vem é apenas adereço. O foco continua a ser eu. E isso não é de TODO negociável. O resto a gente vai brincando com sem levar muito a sério. Dar-me conta disso, da perseverança e da forma como me tenho mantindo fiel ao meu foco, é só uma das minhas maiores conquistas. A forma como escolhi celebrar-me deixa-me profundamente orgulhosa. E o que me deixa ainda mais "descansada" é saber que posso manter-me firme nos meus limites e continuar a oferecer o melhor do meu coração. É claro que este caminho só pôde ter sido feito com os outros. Os que foram entrando e saindo. Por mais que nos custe, o crescimento é feito assim. As minhas contas com o universo estão saldadas. Curtir a minha a minha vida é um programa bom demais (mesmo que isso implique sexo sozinha). Se ele tem mais alguma coisa guardada para mim, come what may. Nota mental: hei-de fazer topless mais vezes porque ao parece resultou! Sinto-me livre e leve! 

Estou a ter um dia do cacete. Deitei-me tarde (o meu horário de recolher é normalmente às 22H30 e ontem só cheguei à cama às 00H30). Too wild for me! Antes de adormecer confirmei na agenda do telemóvel que hoje não tinha compromissos. Dormi SUPER mal. Não tive pesadelos, mas também não tive um sono tranquilo. Acordei depois da hora habitual (o despertador costuma tocar às 06H15/06H30 e às 07H00 já estou no ginásio). Só lá cheguei às 08H00, um pouco irritada comigo própria. Não lido muito bem com cenas que saem fora do planeado, confesso. Enquanto alombava com 80kgs (a minha maior carga até agora) no hip trust entrei subitamente em pânico porque acreditei solenemente que me tinha esquecido de umas análises agendadas para as 08H20. Quando acabei o treino, saltei  para o carro - sem duche tomado e sem desodorizante posto - e arranquei para o hospital equipada com umas leggings estampadas (quite psicadélicas) e uma camisola verde neón. Dirijo-me ao posto de colheitas e a recepcionista diz assim: "as suas análises são dia 05" e eu com a voz quase no chão, pergunto-lhe: "que dia é hoje?" e ela "4"! Pedi-lhe - com consternação - se não me podiam fazê-las hoje já que me tinha antecipado e ainda estava em JEJUM. 10H30 DA MANHÃ E A PESSOA AINDA EM JEJUM! A moça foi um anjo e deixou-me fazer as análises sem me encaminhar para a ala da psiquiatria. 5 estrelas! Quando regressei a casa, estacionei duas vezes em dois lugares reservados, sabendo que eram lugares reservados (passaram a reservados há pouco tempo e ainda não me habituei à ideia). Só arranjei um lugar definitivo à terceira. Cheguei a casa estafada e enfiei-me no duche. Estou a rezar para não me aparecerem clientes porque ainda estou à espera que as faculdades mentais que ficaram a dormir na minha cama façam o favor de voltar ao meu corpo. Estão a fazer-me falta.

 

Como acordei mal dispostinha - e já vos vou contextualizar porquê - resolvi eliminar umas quantas pessoas do meu instagram, na sua maioria rapazes que adicionei nos últimos meses. Rapazes mais novos sobretudo. Corri-os a todos. Estou fartinha desta coisa do adiciona, passado duas semanas exclui. Assim como estou fartinha da (falta de) conversa deste tipo de malta. QUE FALTA DE TESÃO! Nós - os quase quarentões - não fomos lá muito bem sucedidos, mas esta malta que vem atrás, oh valha-me nosso senhor, vai precisar de um milagre! Agora que penso com mais calma no assunto, há umas quantas "amigas" que também podiam ser excluídas. As pessoas são só incriveis... Por falar em "pessoas incriveis", lembram-se de há uns dias atrás eu vos ter dito que "a malta sem noção volta sempre a tentar o acesso"? Não percebo porque é que não jogo no euromilhões. Quem é que acham que me voltou a enviar mensagens? Esse mesmo, o das cordas. COMO É QUE É POSSÍVEL? Como?

 

Sabem como é que meteu conversa? A fazer-se de engraçadinho claro, "já usaste as minhas cordas com alguém?". M-I-N-H-A-S. Notem bem o pronome possessivo empregue num objecto que FUI EU QUE PAGUEI! Começou mal, mas eu dei-lhe corda: "não porque eu sabia que ias mudar de ideias". Fez-se de desentendido. "Estás a precisar delas?"  Pensei, por momentos, que ia ter a cara de pau de mas pedir. "Sim, se as quiseres usar comigo!" OK, eu já achava isto muito estranho, mas agora começo a achar um pouco assustador. Portanto, ele não sabe fazer nada, nem beijar, nem usar a língua, nem metê-la num determinado lugar, nem levantar o pau, nem enfiá-lo no sítio e volta a fazer-me um convite destes depois de me ter tratado como tratou?! Um convite não, UMA SOLICITAÇÃO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS!!!! Respondi-lhe - para enrolá-lo como ele me enrola a mim - que "antes das cordas, estava a dever-me umas coisinhas". Fez-se desentendido mais uma vez. Enviei-lhe um desenho bem explicito, "falámos tanto sobre isso" + três emojis: uma boca, uma língua e uma mão. "Caramba, isso é muito!"  Para quem não sabe nada, é de facto muito. "Apenas o básico" e arrumei o assunto. Ele também não disse mais nada. Desculpem lá, mas parece que ele tem um sério problema, não? Que raio de fixação é esta com cordas?! Expliquem-me! Ele não sabe fazer nada e só quer que lhe façam a ele... Será que foi abusado ou torturado? Que raio de experiências sexuais é que ele teve para ficar com isso gravado no seu subconsciente? É que a ideia que ele tem do sexo está muito longe do que o sexo realmente é! O problema não é só a falta de experiência, a falta de esforço e a forma displicente como ele trata as pessoas. Zero skills em socialização. Que medonho!

 

Ok, a malta mais nova consome muita pornografia, passa muito tempo em casa, mas caramba digo eu!!! Este rapaz não é normal... Quem é o gajo com a mania que é bonito, todo bombado, que gosta de parecer um insecto atado pelas mãos e pelos pés, a dar os últimos suspiros antes de morrer? Que visão terrorífica! Isso a mim não me excita absolutamente nada... Será que isso é normal e cool e moda e sou só eu a achar estranho? Portanto a gente agora amarra-os, exicta-os, senta-se neles e resolve-se? É assim que funciona? É que ele se vende como se fosse um garanhão puro sangue... O que eu esperava que ele fosse dada a publicidade que fez! Que raio de merda é que lhe passou pela cabeça para me voltar a contactar? Eu percebo que estava muito disponível, que insisti e até achei graça em comprar as cordas, portanto, fui coadjuvante na loucura dele, mas pensei que tinha ficado bem claro que ele não tinha correspondido ao que eu esperava... Raios parta! Eu quero alguém que me lamba de cima abaixo e que me coma e me foda em cima da mesa da cozinha (que para ele era muito alta). Ele é um narcisista imaturo inflexível, descortês, grosseiro e indelicado! Que horror, que criatura! Ainda bem que a pila dele nem chegou a entrar bem no sítio. Ia me desalinhar o que resta dos meus chackras! Ha ha ha. Estou muito tentada a sair das apps. Muito. Ha ha ha.

 

Entretanto há um miúda lá no ginásio de quem já tentei ser amiga e não correu bem.  Voltou a aproximar-se. Primeiro tentou ser minha amiga e como não funcionou, trocou-me por outra também lá do ginásio. Chegámos a sair as três. Essa tal miúda é a que gostava muito de gozar com o facto de eu estar sozinha. Foi uma completa desilusão enquanto amiga, embora eu reconheça que tem uma personalidade muito divertida. Falamos o essencial, afastei-me bastante e não partilho nada de importante com ela. Quando ela voltou a aproximar-se, fiquei desconfiada, "isto tem água no bico"... Óbvio. Chateou-se com a outra e voltou a mim. Que feio! A questão é que eu dou-me bastante melhor com a outra e até temos saído juntas, portanto, se for para escolher entre ambas, vou manter-me com a que tem a energia menos negativa. Essa tal que agora voltou a aproximar-se convidou-me para uma festa de fim de ano e eu até que estava a ponderar porque não tenho grandes alternativas, mas hoje, enquanto estava no ginásio e vi-a voltar a fazer as suas birras para chamar a atenção, disse para mim própria: "outra vez não!". Não sei se tenho estômago para me sentar numa mesa com ela. Acho que o fim de ano é um momento de celebração e não me estou a imaginar celebrá-lo junto de alguém que não me celebra de todo... Portanto estão aí os últimos aprendizados do ano. Não vou reclamar. Não vou pedir nada. Vou fazer-me de morta para ninguém mexer comigo. E se não mexerem, já tá bom!

 

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