O post de Março pós legislativas. Nem sei bem como dizer isto... A frio - e para quem não segue o blogue - soa um bocado mal, mas cá vai: fui para a cama com uma pessoa de 25 anos. (em minha defesa, ele parecia rapaz para 30s e pico grandes). É um pormenor, se calhar um bocadinho desnecessário, mas se é para destruir a imagem que vocês têm de mim, que seja de uma vez: fui para a cama com ele três vezes. NA MESMA MADRUGADA. (era um jejum de dois anos gente, merecia). Como é que me sinto? Um pouco dorida. A grande novidade é que desta vez não foi um forasteiro e eu não sei se isso é bom ou mau. A criatura vive cá, na minha zona, mas eu nunca o tinha visto (embora ele conste do meu histórico de pesquisas no facebook). Confesso que entrei um bocadinho em pânico quando abri o olho de manhã e me dei conta do que tinha acabado de fazer - todo um inédito a vários níveis agravado por uma sobrancelha entrecortada a meio (facto que eu não tinha reparado antes). Digamos que esta parte da minha vida pode muito bem ser aquela em que eu me relaciono com pessoas perfil Casa dos Segredos. A parte importante: pouca gente testemunhou o acontecimento (acho eu). Abordei-o na pista de dança depois de uma troca de olhares, ele sugeriu conversarmos na esplanada do bar e o resto vocês já sabem. Vocês e os meus vizinhos.
Se estiverem interessados na parte funcional do episódio, posso adiantar que a criatura se portou muito bem e cumpriu com os mínimos todos, mas... quando a minha alma começou a voltar ao corpo, senti-me a perder o interesse na coisa. Sexo por sexo não é a minha cena. Definitivamente. Fi-lo porquê então? Primeiro porque estava alcoolizada, segundo porque o tinha definido como se de um objectivo se tratasse. Não é um objectivo tão nobre como subir o Kilimanjaro, mas é o equivalente e também (me) custa horrores. Estou a viver a vidinha de cougar que supus que seria divertida... mas o vazio continua lá. O sexo pode até acalmar o corpo, mas não acalma a alma. Andei enganada este tempo todo. A pessoa vai-se tentando divertir aqui e ali - sempre no off - até aparecer alguém com quem não queremos andar escondidas. Disse-lhe que me importava um caracol o que ele pudesse pensar de mim, mas que não tinha o hábito de sair, beber e trazer gente para casa. Ele disse que também não. Convidou-me para tomar o pequeno almoço e eu recusei. Disse-lhe que não queria esse tipo de "negócios". Ele disse que compreendia e que respeitava, mas à noite enviou-me uma mensagem. Não lhe respondi nem o vou fazer. Nunca me tinha sentido tão homem na vida.
Acho que posso dar por concluída esta etapa da Grande Tour de France: envolver-me com alguém sem estar apaixonada, check! (que merda de objectivos defini para os últimos meses dos trintas!). A verdade é que tenho conseguido mais ou menos concretizar o plano, agora o plano é altamente duvidoso. Continuo a ver horas iguais todos os dias, várias vezes ao dia... Se isso significa que estou realmente no caminho certo, valha-nos Deus Nosso Senhor! Continuo muito impactada pelo militar, mas já consegui apagar as fotos dele do telemóvel. Acho que sonhei demasiado com a ideia do cavaleiro andante que chegava de longe e me resgatava de uma vida aborrecida. Nope. O que é facto é que depois dele, tenho me virado do avesso. Talvez ele tenha vindo para me lapidar, embora uma parte de mim gostasse que isso incluísse um anel no dedo. Silly girl!
Quando a vida acontece de formas que rompem com o padrão, a gente entra um bocadinho em pânico. Quem sou eu? O que é que ando a fazer? Porque raio é que estou a fazer coisas que disse que nunca faria? Porque é que estou a quebrar regras que sempre foram ouro para mim? Porque se calhar estou farta de fazer sempre tudo da mesma forma. Que vergonha, tens quase 40. Culpo-me, mas também acho legítimo que possa desfrutar de uma parte da minha vida que sinto que não vivi. É uma espécie de segunda adolescência. Não acredito que me possa trazer grandes revelações, mas não vou deixar de experimentar. Quanto ao amor, não vale a pena procurá-lo. É ele que nos encontra. Quando quer, da forma que quer. A única coisa que me resta é continuar a sonhar com ele nos dias em que for capaz.