Descobri recentemente - enquanto via O Bebé de Bridget Jones - que sou uma SILF (single I would f#ck). Traduzido dá mais ou menos uma coisa deste género: 'alguém de não se deitar fora'. Passei os últimos anos dos 30 a debater-me com essa ideia e a tentar convencer-me de que era uma mulher bastante apetecível. Não foi só - mas também - porque voltei a ter sexo que me voltei a sentir de novo apetecível. Quem vos disser que não se sente meio que empoderada depois de ir para a cama com um puto de 25, está a mentir-vos. Todos gostamos de uma dose de poder. Sinto-me (mais) apetecível por me sinto (mais) segura. E sinto-me mais segura porque sei o que tenho para oferecer e o que tenho para oferecer vale muito mais do que um corpo. Estou mais consciente do que sou e do que mereço... mas isso não quer dizer que eu não cometa, de vez em quando, um crime contra mim própria! O mercado está um lodo, é normal que às vezes - mas só às vezes - a gente precise de uma, duas, três, oito cervejas para o ver com melhor cara.
Relacionei-me com gente muito jovem nos últimos meses. Fiquei com a sensação de que estava no meio de um pântano. Essa nova geração tem o efeito que eu gostava que o meu metabolismo tivesse. Esgotam-me as reservas todas. E não falo do puto com quem me envolvi. Falo de amigas, conhecidas e amigas das amigas e das conhecidas. Gente que ainda está preocupada com o que é que nasceu primeiro: o ovo ou a galinha. Cheguei a um ponto que não dava mais. Comecei a cortar mensagens, telefonemas e saídas à noite. Depois do meu aniversário, comprei uma viagem e fui. Sozinha. Encontrei-me no destino com um amigo meu. Um bom amigo. Descansei, recuperei, enchi a barriga e alma com tudo aquilo de que precisava e apercebi-me de que há pessoas que nos sugam a energia e não a devolvem, outras que não a tiram nem a repõem e umas poucas - as que nos fazem mais falta - que nos recarregam-na. O segredo é escolher bem o tempo que passamos com quem. Regressei energizada e inspirada. Sinto-me com (mais) fé. Outra vez. Em quê, não sei. No amor, não. No bem, talvez. No não nos fodermos uns aos outros.
Afastei-me do puto. Foi natural. Acabou por acontecer. A minha libido caiu drasticamente. O esforço é o maior afrodisíaco de qualquer relação e quando não há, não há. Ele continua a enviar mensagens. Ocasionalmente. Nada - obviamente - consistente. Oferece-se sempre a preço de custo. Uma vantagem da idade que uma pessoa não pode desperdiçar. Tratei-o muito bem. Sei que ele vai lembrar-se sempre disso, mas também sei que ele não me vai dar o que eu quero. Não pode. E não tem culpa disso. Levo 15 de avanço. E fui eu que me meti com ele. É o que é. Vou respondendo, vou rindo, vou brincando. Perdi o interesse, mas sei que tenho ali uma queca gratuita quando quiser. De resto, não me sinto minimamente atraída por ninguém, só me sinto mesmo cansada. Nem sequer tenho pensado nisso. É tudo sobre energia e neste momento estou em modo poupança.