Well... sensivelmente um mês depois, continua tudo na mesma. So much panic, very little disco. Ontem no café, conversava com uma amiga sobre a merdice que é tentar encontrar um trabalho nos sítios mais pequenos mesmo que tenhas um honoris causa numa porcaria qualquer. Não é o meu caso, mas é o dela. De repente, aqui estamos nós, quase na meia idade, com bons currículos, a ver os putos que saíram da universidade há dois dias a entrarem pela porta grande de determinadas instituições por onde tu já passaste e não ficaste. Quando querias ficar e trabalhaste para isso. É de facto injusto. Sinto muito por ela. É uma dor de cabeça com a qual me solidarizo porque been there, done that até que decidi vender farturas para não me chatear (não são farturas, by the way, mas é parecido). Sinto o mesmo em relação aos homens. Tive problemas, desilusões severas, manias das quais me precisava desprender. Afastei-me das relações e das pessoas por um tempo indeterminado. Mergulhei de cabeça em mim mesma. Trabalhei muito internamente, melhorei-me bastante fisicamente e agora que me sinto bem (uma espécie de semi-usado bastante valorizado), continuo estacionada no stand.
E não me venham com as tretas do costume. É óbvio que eu sou feliz sozinha. Nunca disse que não era. Não a pensar cortar os pulsos. Antes eu nem tentava, portanto os resultados não me afligiam, mas agora eu até que tento e continua a não dar certo. Se falo com alguém numa festa ou num evento, essa pessoa tem uma certa tendência para fugir de mim ou evitar-me. Se adiciono através das redes sociais, por norma aceitam o pedido, seguem-me e depois excluem-me. What the fuck?! Se convido alguém que conheci nas apps para tomarmos um copo, depois de terem eles próprios sugerido isso, cortam-se. Afinal, já tinham planos para o dia em que disseram que não tinham. Está tudo louco ou só parece? Eu não sou feia, eu não sou chata, eu não sou de se deitar fora. Soooo, começo a achar que o meu amigo que vê-cenas-do-além tem razão. Eu devo ter mesmo uma amarração. Inquebrável pelos vistos. Tenho tentando muito sair da minha zona de conforto, ultrapassar as minhas dificuldades de socialização e submetido-me a vários testes. Uma conversa agradável correspondida seria um prémio bem bom. Alguém que consiga alimentar a esperança de que isto vale a pena perto dos outros e não o contrário.
Nos entretantos, ou seja mais ou menos em 30 dias, já instalei e desinstalei as apps várias vezes. Instalei com o propósito concreto de encontrar um estrangeiro - suspeito que das américas - com o qual já me cruzei várias vezes perto do meu local de trabalho. Ele sim, o viking original. Nunca o encontrei. Ontem ele estava no café e eu derrotada, não fiz nada. Nem sequer olhei. Estava sozinho. De conversa com os barmans. O outro, o último de quem vos falei, a versão viking do aliexpress, não passou de um flop. Como todos os outros. Só precisei de duas frases para perceber o erro que tinha cometido. "Detesto caramelo", foi a maior red flag dos últimos tempos. Se o universo tem alguma coisa para mim, eu começo a desconfiar que só me vai entregá-la quando eu estive no lar.